Fim do ano: a tristeza de se despedir da família para encontrar a FAMílLIA

Os amigos já começaram a pegar aviões e já estamos ouvindo a frase: "a gente se vê no ano que vem". Isso dói. Quem é sua família de verdade? Heim?

por Nina Lemos em

O fim do ano é uma época triste. Não, não é por causa do consumismo (que sim, é triste). O fim do ano é melancólico porque é quando a gente se separa da nossa família.Sim, sim. Vamos todos pegar ônibus ou aviões (alguns já pegaram) para encontrar nossas FAMILIAS. Nada contra, muito pelo contrário. Sou moça direita. Nunca passei o natal longe da FAMILIA e compro uns 20 presentes por ano.

Mas o chato é se separar da família, aquela de amigos. Aquela que acompanha a gente o ano todo. Sim. Cada derrota, cada depressão, cada momento bom foi acompanhado, lamentado ou comemorado junto com a nossa família de amigos. O disco novo do fulano foi brindado. O sicrano te deu a maior força quando tudo no trabalho parecia uma conspiração contra você e te mandou “escrever”. Quando demos a volta por cima (e a gente sempre dá) brindamos com nossos familiares-amigos. Se você se separou, foi com eles que você dividiu os momentos de desespero, sim. E depois brindou a libertação.

FAMÍLIA é ótimo. Mas quanto mais o tempo passa, mais a nossa família é a família de amigos. Uma família dinâmica, que ganha novos membros todos os anos. São aquelas pessoas com quem você faz pactos. Aqueles sujeitos com quem você vive momentos mágicos.

É triste a despedida da família de amigos. E aí começamos a sair todas as noites, porque queremos aproveitar todo o tempo junto deles e ouvimos frases do tipo “vem, é meu último dia em São Paulo.” A gente odeia São Paulo e fala mal da cidade o ano inteiro. Mas quando chega a época das férias sentimos um aperto no coração. Quem mandou ter família? Quem mandou amar e ser amado? Faz parte.

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