Economia doméstica
Nossa colunista dá dicas de como criar um fundo e garantir o seu futuro ou o de seu filho
Tpm. Quero guardar um dinheiro para minha filha de 3 anos retirar quando ela completar 18. Uma economia para uma viagem, um carro ou o que ela quiser. Qual sua sugestão para planos a longo prazo? Basicamente você está diante de duas alternativas de investimento com resultados completamente diferentes: 1ª opção – tradicional ou analógica, o que se fazia no século 20; 2ª opção – atual ou digital, com possibilidades de investimentos que não existiam antes.
Na 1ª opção você pensa o investimento como um fim: aplica e não mexe. Abre uma conta poupança ou RF (Renda Fixa) em nome da sua filha, coloca um valor e, sempre que quiser, deposita mais valores. Daqui a 15 anos os depósitos estarão corrigidos pela inflação e acrescidos de poucos juros. É como se comprasse moedas de outro país ou barrinhas de ouro e as guardasse em um baú. Com esse raciocínio, talvez seja mais lucrativo comprar efetivamente barrinhas de ouro, deixando-as em custódia no banco (se tirá-las de lá, perde valor). Ou, então, vai comprando Letras do Tesouro (títulos com rentabilidade definida), no site da BMF & Bovespa, e quando completar 18 anos sua própria filha poderá resgatá-las. É preciso considerar que o mercado financeiro mundial não é estático, passa por mudanças, crises, bancarrotas. Deixar o dinheiro parado não é garantia de que ele existirá daqui a 15 anos. Quantos bancos já desapareceram do mercado e quantos outros surgiram...
A 2ª opção trata o tempo em rede, passível de mudanças durante os 15 anos e com a participação efetiva da sua filha nesse investimento. A partir do momento em que ela completar 6 anos, até quando chegar aos 18. Crianças e adolescentes adoram se sentir ativos nos investimentos.
Procure uma corretora de valores, que pode estar associada a um banco, e abra uma conta Homebroker para sua filha. Escolha de três a cinco ações de empresas fortes, tradicionais, que estão no mercado há mais de 20 anos, e adquira ações dessas empresas. Vou indicar algumas: Vale, Companhia Siderúrgica Nacional, Petrobras, Bradesco, Itaúsa. Nos últimos dez anos renderam em média 1.000%. É bom lembrar que rentabilidade passada não garante rentabilidade futura, porém essas empresas estão crescendo sem parar, globalmente ativas, e suas ações valorizando muito mais que qualquer renda fixa. Ou seja, enquanto sua filha cresce, pode mudar de ações e o dinheiro se multiplica. A escolha é sua: analógica ou digital?
Glória Pereira é consultora de riqueza. Autora de vários livros sobre finanças pessoais, entre eles o best-seller A Energia do Dinheiro (Campus), e do jogo recém-lançado Negócio Sustentável®. Seu e-mail gloria.pereira@sinergianet.com