Descoordenados emocionais
Uma praga? Uma sina? Uma opção?
Uma praga? Uma sina? Uma opção?
Tem gente que não consegue passar no exame psicotécnico, outros não têm condições de passar o próprio esmalte. Mas nada se assemelha à dificuldade de alguns de comunicar ao mundo o tipo de parceiro que estão procurando. Apelidei esses pobres coitados de “descoordenados emocionais”. Gente que tá louca pra roçar o pé e fazer juras de amor, mas só arruma traste com um pezinho no alcoolismo. Gente que não quer nada que se assemelhe a um namoro e só pega aquele feito pra casar. Pessoas que por algum motivo misterioso não conseguem emitir a mensagem que desejam e acabam atraindo justamente o que não querem. É um fenômeno cada vez mais comum. Um bug sentimental que poderia virar foco de estudo. Afinal, por que algumas pessoas não conseguem transpirar o hormônio correto e atrair o que desejam? Por que alguns corpos insistem em se aproximar de um tipo de par que não serve pra si? Pesquisadores, uni-vos!
Verdade que namoro não é que nem sapato, que ou cabe ou não cabe e ponto. Há muito mais entre o cérebro e as partes íntimas do que reza nossa vã filosofia. Mas até nos relacionamentos existem alguns “tamanhos” que não funcionam – e o melhor é não insistir. Uns apertam demais, sufocam quem precisa de ar e liberdade e outros ficam frouxos, estão sempre escapando e nos fazendo tropeçar. Mas por que (POR QUÊ?) algumas pessoas não conseguem avisar o que querem ao mundo e receber de volta aquilo que vieram procurar? Sinceramente, dá vontade de brincar de ligar os pontos, dar uma ajudinha para esses descoordenadinhos. “Não, amor, esse aí quer morar no interior e ter uma horta, não serve pra você. Tenta esse aqui que gosta de gim-tônica e passeio de madrugada” e vice-versa.
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