De gravata e unha vermelha
Documentário explora como a desconstrução do masculino e do feminino pode ser libertadora
Para a psicanalista Miriam Schnaiderman, romper os limites de gênero e reinventar a si mesmo é algo necessário e libertador. “A ideia de que as pessoas possam ir em busca de suas singularidades é transgressora em um mundo onde a massificação e o consumo homogeneízam os corpos. Criticar o binarismo de gênero é se abrir para os mil sexos que existem em todos nós”, observa. Foi imersa nesse pensamento que Miriam se encantou pelo comportamento social e político do cartunista Laerte Coutinho, que, aos 60 anos, passou a se vestir como mulher. O passo seguinte foi filmar gente que, como ele, vai na contramão das regras de gênero.
Assim nasceu o documentário De gravata e unha vermelha, que mostra o cotidiano dele e de outros 15 personagens que transitam entre o feminino e o masculino, como os estilistas Dudu Bertholini e Walério Araújo, a vocalista Candy Mel, o escritor João Nery e o cantor Ney Matogrosso.
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“Temos a sorte de não precisar mais nos encaixar em masculino ou feminino. Hoje flertamos com os gêneros sem estar presos a nenhum deles.” Dudu Bertholini, estilista “Nascemos nus, o resto são montagens que vamos perfazendo ao longo da vida.” João Nery, o primeiro transhomem operado no Brasil “Definição é um modo de segregação. Temos dificuldade em respeitar o que não definimos, não?” Candy Mel, vocalista da Banda Uó |