Curtir or not curtir
That is the FUCKING question
That is the FUCKING question
Eu sou do tipo que usa e abusa da tecnologia a meu favor. Desde antes da existência de redes sociais eu já cutucava os mocinhos. E-mail sempre foi meu jeito predileto, mas antes disso, ainda, eu usava instrumentos diversos – os preferidos sempre foram papel e caneta. Bilhetinhos. Abençoadas sejam as palavras. Diretas e retas. Mas aí veio o cutucar virtual, o seguir, o curtir, o liberar ou não aquela pasta de fotos só pros íntimos, e a coisa foi se sofisticando – no pior sentido dessa palavra, que já é um horror. Curtir as fotos de alguém de madrugada pode significar mil e uma coisas, até que você estava com insônia e resolveu dar uma vasculhada por ali, e só! Mas vai explicar isso pro santo em questão... Cada um vê o que quer, e hoje em dia, cada vez mais, cada um vê o que não quer! As pessoas têm adorado se boicotar vendo somente o lado negro da força. Se o cara não atendeu, é porque tá me evitando – pensar que ele está ocupado, jamais! Se não respondeu minha mensagem, é porque só queria sexo e já deve estar com outra – pensar que a telefonia é uma merda e talvez ele não tenha recebido, pra quê? Se podemos sofrer a dor da perda antes mesmo te ter alguma coisa.
Esse é o ponto. A tecnologia se aprimorou tanto que invadir a vida de alguém ficou fácil demais. Tem uma galera curtindo estorvar os outros antes mesmo de saber que gosto a pessoa tem. DRs inteiras antes de conhecer o umbigo. Por quê? Porque a tecnologia abriu a nossa vida antes mesmo de abrirmos as pernas. Você posta uma foto e neguinho já acha que tem mensagem subliminar pra ele. “Alô?? Mas eu nem te conheço!” É muito melindre virtual pra pouca intimidade carnal. Ou, simplificando, é muita curtida pra pouco sexo. O pior é se pegar tentando prever as nuances dessas relações inexistentes: “Gosto tanto das fotos dele, mas não costumo curtir porque tenho medo que ele me interprete mal”. Gente!! Dá pra tomar uma Kaiser, antes?
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