Cuidado. Você pode ser enganada pela camisa xadrez!

Foi-se o tempo em que podíamos tirar as primeiras impressões baseado na estampa

por Lia Bock em

Nos idos dos anos 1990 era só olhar a camisa xadrez do sujeito para saber: é grunge! Escuta rock importado de Seattle e cercanias, e tem aquela pegada azedinho-doce de Nirvana, Pearl Jam e Alice Chains. Não cuida do cabelo nem corre três vezes por semana. Não gosta de Carnaval e muito menos de boi mecânico. Pronto, era meio caminho andado para sacar o indivíduo. Hoje, isso faz parte do passado! Foi-se o tempo em que a camisa xadrez facilitava a vida das mulheres (pra sim ou pra não! Sem juízo de valor) e que, as estampas, de forma geral, ajudavam nas precisas primeiras impressões. Os fatalistas diriam: o xadrez é o novo jeans. Medo! As baladas estão prestes a parecer um circo, tamanha a quantidade de gente trajando tarja-sobre-tarja.

Hoje um ser “portando” camisa xadrez, calça jeans rasgada e um cabelo desarrumado pode ter pago mais de R$700 na camisa, comprado a calça já rasgada a preço de ouro e ficado 30 minutos desarrumando o cabelo na frente do espelho. E mais: ele pode estar a caminho do forró, da Vila Country, do show do Caetano Veloso, do concerto de violinos, prestes a se jogar no Ratos do Porão ou no boteco pé-sujo de sempre! Não sei se o Kurt Cobain estremece na cova, mas, que as mulheres têm mais trabalho para definir se aquele ser é ou não seu target, isso com certeza!

Nada contra a globalização das cores e sobreposição das listras. Nada, também, contra os caras dando um tapa no layout. Pelo contrário! Mas que quando eles tinham apenas uma gaveta de roupas era mais fácil, isso, sim, era! Cinto com fivela definia o sertanejo, rayder (croc e pantufas afins) era para pais, camisa rasgada era sinal de roupa velha e uma hippeza qualquer e xadrez era ah... o xadrez resumia a rebeldia e o show de rock e pronto. Ou, festa junina, claro!

para seguir: @euliatulias

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