Na primeira visita que a reportagem de Tpm fez à casa da consultora de moda e estilista Cristiane Rosenbaum, 43 anos, ela foi logo dizendo: “É claro que quem fez tudo foi o Marcelo; arquiteto tem uma fixação por volumes e revestimentos. Quando compramos a casa ele finalmente pôde revestir tudo o que tinha vontade, como o fulget na entrada, os ladrilhos hidráulicos e cerâmicas desenhadas por ele, os pisos…”. Ainda bem que a entrevista não foi feita naquele dia. Passado algum tempo, ela se deu conta de que o espaço estava cheio de referências suas. Os tecidos que estampam sofás e almofadas, os souvenirs, as obras de arte, as fotos da família enquadradas por ela, as flores, enfim, em cada canto da casa tem um pouquinho da Cris. E do Marcelo. E também de Bertha, 9, e Ian, 5, os filhos do casal.
A casa na zona oeste de São Paulo, de 500 metros quadrados, precisava de uma reforma geral. E, como acharam que iria demorar pouco tempo (até arquitetos cometem esse erro!), resolveram ir morar na casa da mãe de Cris no período da obra – que acabou durando um ano e três meses. “Se eu puder dar um conselho para alguém é este: nunca faça o que fizemos! Vá morar num flat, more na reforma, invente uma saída! É muito invasivo”, desabafa.
O “extreme makeover” da casa incluiu uma piscina, um terraço na área social, a derrubada de várias paredes, a reforma de todos os banheiros e da cozinha, e, é claro, a troca dos revestimentos. O desejo de Cris de ter um espaço de convivência para receber os amigos foi totalmente atendido com a área da piscina, que ganhou um terraço lindo, cheio de lembranças de viagens e arte popular brasileira. E é esse mix, de arte popular do Brasil e artesanato de vários países do mundo, que realmente define o estilo da casa. “Se você me perguntar em que investimos, respondo sem dúvida: arte popular brasileira”, finaliza.
Arte popular brasileira Aproveite que a arte contemporânea brasileira está em alta – as exposições lotadas e os preços nas alturas – para focar o olhar em arte popular. Obras com referências a cidades e à cultura brasileira trazem um charme único e diferenciado que cada vez mais se dilui em um mundo globalizado.
• Galeria Brasiliana: a mais respeitada das galerias de arte popular. O dono e marchand Roberto Rugiero estuda há 37 anos o tema e garimpa pinturas, esculturas e gravuras. Vai lá:www.galeriabrasiliana.com.br
• Galeria Pontes: fundada pela curadora Edna Matosino de Pontes, tem objetos de arte popular brasileira que a galerista buscou em viagens por todos os cantos do país, oferecidos também no site. Vai lá:www.galeriapontes.com.br
• Galeria M’Boitatá: instalada em uma casa da década de 30 em Belo Horizonte (MG), a galeria abriga móveis antigos autênticos dos séculos 18 e 19, esculturas, xilogravuras e quadros de artistas populares. Vai lá:www.mboitata.com.br
• Galeria Pé de Boi: com quase 30 anos de existência, a galeria carioca é considerada uma das maiores referências em arte popular brasileira. Trabalha exclusivamente com artesanato artístico e utilitário, escultura, cerâmica e outros objetos. Vai lá:www.pedeboi.com.br
Charme nacional - A árvore faz parte da coleção de arte popular brasileira e foi comprada na Feira de Caruaru (PE) / Créditos: Romulo Fialdini
Casca fina - Na sala de estar, impera o mix de arte popular brasileira com lembranças de viagens. A foto de Gui Mohallem faz par com o retrato de Pixinguinha feito por Walter Firmo. A poltrona Warren Platner em que está sentada é uma de suas preferidas. À dir., o par de cadeiras com couro branco é de Zanine Caldas. Os abajures foram comprados no antiquário Varuzza e o grande colar veio da África / Créditos: Romulo Fialdini
Tesouro nacional - A parede forrada com madeira de demolição de casas de colonos do Sul do Brasil tem um nicho onde foi colocada a coleção de vasos pingo de leite “ordinários”, garimpados em feirinhas. A cadeira vermelha de Marc Newson foi herdada do pai. Na entrada, o capacho em forma de hipopótamo da Droog dá boas- vindas aos visitantes / Créditos: Romulo Fialdini
Fiscal - No escritório, o busto de Marcelo feito pelo artista Florian Heiss fica de olho em tudo. O computador da casa fica na mesa de escritório dos anos 60. Acima dela, uma tela de Di Cavalcanti / Créditos: Romulo Fialdini
Devoção - O enorme quadro de Santo Expedito, da artista plástica Isabelle Tuchband, serve como altar para os santos de todas as crenças. O banquinho indígena é da galeria Brasiliana Fiscal / Créditos: Romulo Fialdini
Coleção - As fotos de cartazes com pedidos de mendigos americanos foram compradas em Nova York. O banquinho em formato de macaco foi feito por índios do Xingu e comprado na galeria Brasiliana / Créditos: Romulo Fialdini
Canto cultural - Acima do móvel antigo japonês está o quadro de Mario Cravo Neto. A luminária escandinava é de papel reciclado e os vasinhos brancos são do português Fernando Brízio / Créditos: Romulo Fialdini
Cabeça-feita - Coleção de ex-votos antigos do marido de Cris, o arquiteto Marcelo Rosenbaum / Créditos: Romulo Fialdini
Álbum de família - As paredes do corredor da escada, que dá acesso aos quartos, é forrada de fotos da família / Créditos: Romulo Fialdini
Grafismo - Detalhe da parede da cozinha, revestida com pastilhas com desenho bico de jaca, criação de Marcelo Rosenbaum para a empresa Jatobá / Créditos: Romulo Fialdini
Arte de rua - Na sala íntima, a parede foi grafitada pelo artista Derlon Almeida. O sofá é da Micasa / Créditos: Romulo Fialdini
Herança - A cama e a penteadeira do quarto de Bertha eram da avó de Marcelo e foram restauradas. O lustre de cristal antigo foi customizado por Cris / Créditos: Romulo Fialdini
Encomenda especial - O quarto de Ian foi projetado e executado por Paulo Alves, da Marcenaria São Paulo. O esqueleto de papel machê veio do México, na mala / Créditos: Romulo Fialdini
Inspiração nordestina - Detalhe do móvel Mandacaru, desenhado por Marcelo Rosenbaum / Créditos: Romulo Fialdini
Habitat natural - Cris faz pose na piscina de casa. O caftan ela comprou em um brechó, em Londres / Créditos: Romulo Fialdini
Estampa étnica - Na varanda, os móveis de vime da avó de Marcelo foram pintados e ganharam tecidos africanos trazidos de viagens. Na parede, o prato veio da Turquia e os espelhos foram encomendados por Cris / Créditos: Romulo Fialdini
Folclore - Detalhe da escultura do pernambucano Mestre Manoel Galdino / Créditos: Romulo Fialdini
Mistureba - Vista geral da varanda da piscina, que sintetiza em uma só imagem o estilo da casa de Cris: o mix de arte popular brasileira e artesanato mundial trazido das inúmeras viagens do casal / Créditos: Romulo Fialdini
Profissional - A placa de cabeleireiro trazida da África fica encostada em parede revestida por ladrilho hidráulico desenhado por Marcelo para a Brasil Imperial / Créditos: Romulo Fialdini
Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.