Cheia de fôlego
Boas novidades marcam os próximos meses de Tulipa Ruiz
Neste julho, a cantora Tulipa Ruiz parte para a turnê europeia de seu novíssimo EP, Tulipa remix, uma releitura de seus sucessos. “Era um desejo antigo, meu e do Gustavo, meu irmão e parceiro musical. Convidamos dois produtores e cada um remixou uma canção”, conta. “Aqui” ficou a cargo de Rica Amabis e tem a participação de BNegão, e “Víbora”, por conta de Daniel Ganjaman.
Cheia de fôlego, a cantora acaba de lançar uma linha de cadernetas ilustradas por ela mesma. “Meu interesse pelo desenho começou na infância, vendo capas de discos e tentando copiar”, explica. Julho também traz um videoclipe novo, da canção “Megalomania”, produzido a partir de imagens de fãs dançando e cantando a música. E, como se essas novidades não bastassem, Tulipa lança em agosto sua grife Brocal, com uma coleção de roupas inspiradas em seus desenhos.
Tpm. Sobre os desenhos para as cadernetas em parceria com a Papelaria Cícero, como aconteceu a ideia? E quais foram as inspirações para os desenhos?
Tulipa. Eu já conhecia a série personalizada da Livraria Cultura em parceria com a Papelaria Cícero porque sou apaixonada por cadernos. Então sempre passo pela livraria e fico paquerando os novos modelos. Um dia o Alex Olobardi, da Cultura, entrou em contato e me fez o convite. Adorei e topei na hora. Fizemos alguns encontros onde levantamos algumas ilustrações do meu acervo pensando no que ficaria melhor como capa. Separei os desenhos que mais tem significado para mim e a partir disso começamos a pensar nos formatos e cores.
Desde quando você desenha? Comecei a me interessar por desenho vendo capas de discos, lá na infância. Sempre gostei de trabalhar com imagens. Gosto de misturar desenho, pintura, colagem com criações digitais feitas a partir do Paintbrush. Já ilustrei livro infantil, fiz capas de discos (inclusive os meus), agendas e cartazes de shows. Atualmente colaboro com o jornal Le Monde Diplomatique Brasil.
Pode nos contar sobre sua relação com a moda? Como aconteceu a Brocal? Gosto de observar a criatividade das pessoas quando se vestem. Cores, estampas, formatos. A minha ligação com moda tem a ver com isso, com criatividade. Não acompanho nenhuma marca específica e gosto de estilistas quem pensam em roupas como figurino. Como desenho, vendo nos meus shows camisetas com algumas estampas do meu acervo, o que me fez ficar com vontade de criar coleções com mais estampas e modelos diferentes. Daí veio a ideia da Brocal, em parceria com a Heloisa Aidar, que é minha empresária e amiga. Separamos alguns desenhos e nos concentramos muito nas modelagens das peças. Vamos inaugurar a loja virtual com camisetas, regatas, moletons e vestidos e estamos muito felizes com o resultado.
Você está numa nova fase, tanto na carreeira quanto na vida privada. O que ela tem de nova que você mais gosta? O que mais você está gostando de fazer agora, profissionalmente ou não, e que não fazia antes? Este ano tem sido muito produtivo. Vou lançar o compacto de remixes, que é um desejo antigo e a turnê do Tudo Tanto está numa fase deliciosa, a convivência da banda na estrada e o contato com o público fortalece o repertório. Participei das filmagens e da trilha do filme “Homens são de Marte... É para lá que eu vou” ao lado de Lulu Santos. Tem os clipes novos, a coleção de cadernos e a Brocal. Estou também em um momento muito caseiro, curtindo minhas coisas e pessoas que gosto, cuidando da saúde. Acho que o que mudou, tanto no trabalho quanto em casa, é que eu mudei a chavinha: parei de correr com tudo para desfrutar de tudo.
Sobre o "Tulipa Remixes", com quem você trabalhou, o que te inspirou a gravá-lo? Fazer uma releitura das minhas músicas era um desejo antigo, meu e do Gustavo, meu irmão e parceiro musical. Resolvemos chamar dois produtores que a gente curte para remixarem uma música cada um. “Aqui” ficou a cargo de Rica Amabis e tem a participação do BNegão, e Víbora, que é uma parceria minha com a banda mais o Criolo, ficou por conta do Daniel Ganjaman. Eu já tinha trabalhado com eles em outras ocasiões e achei que eles fossem tirar de letra o desafio dos remixes. Eles curtiram o convite e assim nasceu o meu primeiro compacto. E ele é vermelho!
Em julho vai rolar uma turnê pela Europa. Está ansiosa? Quais são as primeiras cidades que receberão o show? Desde o Efêmera a gente tem ido anualmente para Europa e sempre é muito positivo. Ano passado fizemos uma turnê grande e a encerramos no Festival de Montreux. A gente toca inicialmente na Alemanha, depois temos Inglaterra, Holanda e Dinamarca.
E como é tocar lá fora? É diferente? Efêmera entrou para o game Fifa 11 e o álbum foi considerado um dos melhores álbuns pops pelo jornal inglês The Independent. Isso fez com que saíssemos um pouco da prateleira "world music" e um público novo começou a ir aos shows. David Byrne foi no meu show em Nova York, fui na rádio BBC, em Londres. Em Paris, as pessoas cantavam as músicas. Cada lugar é uma novidade e uma recepção diferente. Nossas turnês têm sido muito boas. Tocamos nos EUA, Argentina, Colômbia, Japão e em vários lugares na Europa. Por conta da barreira linguística eu tento me comunicar com gestos e articulações de palavras o máximo que posso. O público percebe isso e rompe a barreira da língua também. Existe uma troca. Normalmente eu digo que todo artista no exterior é uma espécie de embaixador de seu país.