Chega de sex

As personagens do Sex and the City representam as patricinhas

por Tania Menai em

As personagens do Sex and the City são engraçadas e servem de cabide para os grandes estilistas. Mas elas representam o que a cidade tem de pior: as patricinhas

No último mês passamos por uma enxurrada de Sex and the City. Mas tudo que é demais não é bom. Até mesmo a revista semanal Time Out, a bíblia da programação na cidade, trouxe na capa as quatro moças com um silver tape na boca e o título: “Sem sexo – nós as amamos, mas já deu! Eis um guia de lugares para não toparmos com a Carrie”. Verdade seja dita: as personagens são engraçadas e algumas sacadas são hilárias. Só que as moças representam o que Nova York tem de pior: as patricinhas. Sim, elas existem, apesar de não serem a maioria. Mas num safári antropológico pela avenida Madison ou pelo Meatpacking District você poderá avistar várias. É um mundo à parte, que tem nome definido: “the ladies who lunch”. Sim, as mulheres que têm tempo de almoçar por longas horas com as amigas.

Mulher, mulheres

No entanto, quem se aventura a morar em Nova York, em sua maioria, vem em busca da diversidade de pensamentos, profissões, culturas. Você esbarra com jovens líderes de ONGs, músicos da Julliard School, médicos renomados, roteiristas de documentários e gente das Nações Unidas que já viveu nos confins do Congo. Nessa lista incluem-se mulheres, muitas mulheres. São pessoas instigantes, cultas, descoladas. Então, depois de conviver com todo esse povo, será que algum nova-iorquino da gema teria paciência de trocar um dedo de prosa com mulherzinhas que reclamam do salto alto? Acho que a resposta em coro por aqui seria: “No way”.

Claro que Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda nos divertem, apesar da repetitividade – e claro que todo mundo tem um lado mulherzinha (eu, por exemplo, já não sei mais viver sem a loja de design do MoMA). Mas é uma pena ver que elas são idolatradas. E idolatrar é algo perigoso. Principalmente se tratando do mundo vazio da imagem e do consumo que elas representam. Afinal, o que fazem elas de tão extraordinário além de reclamar de homens, consumir cifras exorbitantes e transar com a cidade toda? Comparadas ao resto das mulheres de Nova York... nada.

Vai lá: Lugares onde elas não fazem compras, mas você faz: www.oldnavy.com, www.urbn.com, www.momastore.org

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