Bons ares?
Em tempos de pandemia, só o álcool gel salva. E os estoques estão acabando...
A grande verdade é que desde criança eu sinto um clima de apocalipse no ar. Só não sabia que no auge dos meus 27 anos e do retorno de saturno estaria morando em Buenos Aires, trabalhando num projeto bacana e, junto a isso, escutando a palavra "pandemia" e respirando aires não tão buenos assim.
Todo santo dia eu explico para os meus pais ao telefone e respondo e-mails de amigos dizendo que sim, ainda existe vida no terceiro país do mundo com mais casos de gripe A (ou H1N1, whatever). E que esse pessoal de máscara que você vê nos jornais são apenas um recorte da realidade que corresponde a meia-dúzia de pessoas.
Mas nem tudo são flores. Todo mundo que desce em Ezeiza, o aeroporto internacional daqui, tem que passar por um aparelho que detecta se a pessoa está ou não com febre. No meu trabalho, por exemplo, a cada três horas um senhor espirra Lysoform spray nas cadeiras, nos teclados, nos funcionários. E também houve distribuição de álcool gel na semana passada.
E por falar em álcool gel, ele é a vedete do momento. A procura é tanta que os estoques estão esgotados. Na Farmacity (que é uma grande rede de farmácias) eles limitaram a venda a duas unidades por pessoa - isso se você tiver a sorte de encontrá-lo no fundo de alguma prateleira!
Digo mais: em alguns cyber cafés você tem que passar álcool gel nas mãos antes de usar os computadores. E ontem fui a uma festa na qual uma moça espirrava um líquido desinfetante nas mãos de cada pessoa que saía do banheiro.
Fim do mundo? Que nada... Jogue fora seu barbijo (máscara cirúrgica, como eles dizem aqui) e volte sempre para saber o que pega e o que não - além da gripe A - aqui nos ares.