Autorretrato
A bielorrussa Yulia Gorodinski encontrou paixão fazendo pose para si mesma
Em tempos de cliques fáceis, os autorretratos de uma bielorussa vêm causando burburinho em galerias de arte na Inglaterra, na Espanha e nos Estados Unidos. Yulia Gorodinski, 27 anos, usa câmera, tripé e controle remoto para se fotografar – de um jeito pra lá de sensual.
A moça chamou a atenção de olheiros em Barcelona (ela expôs na Espai [b], galeria que promove artistas consagrados e jovens criadores), em Londres (fez uma individual no The Mall Galleries), e, até outubro, suas fotos ficam expostas em Los Angeles, no The Cooper Design Space, uma espécie de vitrine de novos talentos. "Eu não tinha paixão genuína por nada. As fotos me conectaram com o mundo", conta ela, que começou com os cliques quando viu algo parecido no Flickr. Hoje, chega a fazer 200 fotos para conseguir o resultado que deseja.
Narcisismo?
Yulia não nega o lado narcisista de seu trabalho, mas acha que ele é muito mais do que isso. "Não seriam narcisismo os milhões de fotos despejadas no Facebook e no Twitter ao alcance de todos? O que faço é algo bem mais elaborado", defende. A sensualidade das fotos revela como ela gostaria de se ver. "Não me acho sensual, meu corpo é muito magro. Mas busco isso nas fotos", confessa. Sobre os retratos em que aparece nua, ela diz querer ora "celebrar o feminino", ora "mostrar o quanto somos vulneráveis".
A fragilidade da artista, que fotografa há quatro anos, pode estar relacionada ao país onde vive desde a adolescência. "Infelizmente, serviço militar feminino em Israel é obrigatório. Servi dos 18 aos 20 anos e nunca mais consegui ganhar peso desde que saí", revela. Formada em história e literatura inglesa, Yulia ainda não vive de suas fotos. Trabalha numa agência de turismo, mas quer fotografar cada vez mais. "Os autorretratos me trouxeram alegria de fazer algo de que realmente gosto", comemora ela, que pretende publicar um livro com seus cliques no Blurb.com (site que vende e-books).
Vai lá: yuliagorodinski.com