As mina na história
Página do Facebook reúne história de mulheres fortes que foram importantes para a cultura do Brasil e do mundo
Quantas mulheres fortes você estudou no colégio? A maioria dos personagens retratados nas aulas de história são homens, e isso não singifica que mulheres não ajudaram a construir o mundo em que vivemos. Pelo contrário, elas sempre estiveram presente e por muitos seguem esquecidas. Pensando nisso, Sigrid Bia Varanis, estudante de 18 anos, resolveu reunir várias histórias inspiradoras em uma página do Facebook.
"Eu tinha 17 anos e estava participando da 7ª Olimpíada Nacional de História do Brasil, fiquei pensando em algo que pudesse fazer relacionado ao assunto. Percebi que poderia me dedicar às mulheres, caminhando lado a lado com o feminismo, movimento social que eu já estava engajada", conta ela, que é do Mato Grosso do Sul mas hoje está terminando o ensino médio no Rio de Janeiro.
Assim surgiu As Mina na História, que começou com Sigrid administrando as publicações com a ajuda de suas tias na seleção do conteúdo, e hoje tem no time a paulistana Helena Vitorino, de 22 anos. Juntas, elas ajudam a espalhar a história de várias mulheres importantes a partir de muita pesquisa. "Percebi que durante a minha vida escolar, muito pouco li e ouvi sobre revolucionárias, cientistas... Se formos contar as figuras masculinas que temos nos livros didáticos, faltam dedos. O objetivo era esse: mostrar mulheres que foram minimizadas e apagadas", diz.
Sua história preferida da página é a de Enedina Alves Marques, primeira mulher e primeira negra a se graduar em Engenharia Civil pela UFPR [Universidade Federal do Paraná] em 1945. "Enedina foi corajosa, rompeu barreiras racistas e capacitistas, uma verdadeira heroína." Ela também conta que diversas leitoras a procuram para agradecer: "Fico feliz em ver que as mulheres podem ter esse encontro com o passado e ver que tiveram representatividade."
Para a estudante, "as mulheres trazem no corpo toda a opressão sofrida ao longo dos séculos". Esse é um dos motivos pelo qual Sigrid quer cursar História na faculdade e seguir carreira de professora. "Sabemos que é algo histórico mulheres serem silenciadas por serem mulheres. Retidas somente em casa, submissas a seus maridos, podendo estudar somente o básico, pois a educação também esteve nas mãos dos homens durante muito tempo", acredita.
Conheça mais minas, vai lá: http://on.fb.me/1LkrHMH
Créditos
Imagem principal: Reprodução