A saga das meninas descoladas e rosa
Será que o bebê descolado pede à mãe para ir à São Paulo Fashion Week?
Catálogo de moda infantil exibe modelos para todos os tipos de crianças, as modernas, as descoladas, as patricinhas. Será que o bebê descolado pede à mãe para ir à São Paulo Fashion Week?
Mais um release causou um susto aqui na Redação no fim do ano. Tratava-se de um catálogo de moda infantil (uma coisa que em si já é meio estranha), todo em cor-de-rosa e com modelos dedicados a vários tipos de meninas, entre elas, a “descolada”, “a moderna”, “a patricinha”. Foi aí que nossas antenas especializadas em captar os absurdos se ergueram.
Criança de 2 anos de idade patricinha? Ou de 3 anos moderna? Como assim? O que os pais estão fazendo com essas crianças? Socorro. E o que é uma criança descolada? É uma que é convidada para todas as festas? Que vai à São Paulo Fashion Week vestida de rosa e carregando uma enorme bolsa de grife? E a moderna? Será que ela vai ao Bar Secreto (aquele onde a Madonna foi, em São Paulo)? Será que ela vai ao show do Radiohead e nas férias viaja para Berlim? E a patricinha? Pelo visto, ela, com apenas 2 anos, já decide que vai viajar para Trancoso ou Itacaré, sonha em abrir uma grife com o dinheiro da mãe e tem uma casa em Angra. Sempre vestida de rosa, claro, pois descobrimos mais essa pérola no catálogo. “Para as meninas que fazem o estilo ‘patricinha’, como no filme Legalmente Loira, surge a anabela em um tom de pink semelhante ao do guarda-roupa de Elle Woods, personagem interpretada por Reese Witherspoon no longa.” Será que é esse o modelo que ela vai escolher para ir até a Ilha de Caras?
Outro lado
Enquanto isso, do outro lado do mundo, na Suécia, um grupo de mulheres decidiu colocar em xeque essa história de menina sempre usar rosa e menino azul. A editora Vilda lançou livros em que tudo isso é questionado (isso sim, uma iniciativa moderna). Em um deles, chamado Sandálias, o personagem, menino, é obcecado pelas suas sandálias... rosa! E o que aconteceu? Polêmica das grandes. Dizem que vão dar um nó na cabeça das criancinhas. Quanta confusão. Principalmente para a gente que é do tempo do Conga.