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A sentença da tragédia de Cromañón, que matou 194 jovens en 2004

por Ana Manfrinatto em

Na noite do dia 30 de dezembro de 2004 um incêndio na casa de shows Cromañón, en Buenos Aires, matou 194 jovens e deixou outros 1.432 feridos. A maioria tinha entre 15 e 20 anos. A tragédia aconteceu durante o show da banda Callejeros que, segundo consta, incentivava o público a levar fogos de artifício para os shows.

Como se não bastasse, a casa de espetáculos não contava com extintores e as portas da saída de emergência estavam travadas. Omar Chabán, dono de Cromañón, era conhecido na noite portenha por não dar a mínima pelota para o quesito “segurança” em seus estabelecimentos. Tanto é que, passada a tragedia, a legislação – bem como a fiscalização – de bares e boates em Buenos Aires ficou muito mais severa.

Amigos relatam que antes da tragédia a coisa mais comum do mundo era ir a shows em porões onde havia água no piso por entre os equipamentos, entre a fiação entre as pessoas. Lugares sem janela e com qualquer quantidade de pessoas. Por isso houve um período pós-Cromañón em que a noite portenha desapareceu. É que quase ninguém cumpria com os novos requisitos de segurança.

Cinco anos depois, é chegado o dia da sentença. Omar Chabán foi condenado a 20 anos de xadrez. Diego Argañaraz, manager da banda, a 18 anos. Os integrantes da banda, no entanto, foram absolvidos.

Os fãs (o que não falta é a pichação “No condenen a Callejeros” pelos muros da cidade toda) ficaram felizes e festejaram na porta do tribunal com chuva de papel picado. Os familiares das vítimas, revoltados com a sentença e também com a reação dos fãs, ficaram ainda mais indignados. Houve tumulto e corre-corre.

Ouvi na rádio agora há pouco que nove policiais ficaram feridos nessa história.
E essa é a notícia do dia.

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