A casa das meninas
Isabela, Werner e Francisca. Mãe estilista, pai administrador e filha de 8 anos. Num apartamento com vista de cartão-postal no Rio de Janeiro, eles aprenderam a viver em harmonia, num ambiente totalmente lúdico, apesar dos gostos tão distintos
É impossível entrar no apartamento de Isabela Capeto e não ficar encantada. Se não é a vista deslumbrante para a lagoa Rodrigo de Freitas, algum dos muitos detalhes desta casa acaba por aprisionar o olhar de quem pisa ali pela primeira vez. Uma casa linda que, mesmo impecavelmente arrumada, é cheia de vida: cachorro, criança, amigos, histórias... Aliás, a história do apartamento é curiosa. Isabela e Werner Capeto, seu marido, são bem diferentes. Ela é expansiva, agregadora e falante. Ele é quieto e matemático. Assim que compraram o apê (da artista plástica Kim Poor, mulher de Steve Hackett, guitarrista da banda Genesis), Isabela avisou que faria da sala um ambiente integrado, com cozinha – ela adora cozinhar –, escritório e espaço. Werner não gostou da idéia. Com um jeitinho aqui, um ataquezinho ali, as paredes foram abaixo.
Cenário de almoços e jantares memoráveis, a sala-cozinha-escritório é hoje um dos espaços mais usados, celebrado pelos amigos e admirado pelo marido, que não consegue mais imaginá-lo de outra maneira.
E, com exceção dos móveis de madeira que Werner herdou do pai (todos originais, de época, do arquiteto SérgioRodrigues!), quase tudo veio do imaginário de Isabela: as cortinas dos quartos e da cozinha, os tecidos que forram algumas cadeiras, as coleções da estante, as obras de arte trocadas por vestidos com artistas bacanas (como Adriana Varejão e Gabriela Machado), o lustre do quarto da filha, a roupa da cozinheira, tudo tem um dedo de Isabela. Não tem uma semana em que a casa não ganhe um penduricalho. E o Werner, coitado, espremido no meio de tanta coisa fofa, fica só olhando. Mesmo às vezes contrariado, se diverte ao ver a casa ficar cada vez mais autêntica e bonita.