Yuri Marçal é doente por ironia

O youtuber e comediante
carioca comenta as polêmicas
envolvendo seu trabalho

Ele é comediante, mas
não se acha um cara
engraçado. Tímido, Yuri
Marçal garante ter uma
compulsão pela ironia

“Acho que eu sou um doente,
porque a ironia está em tudo
que eu faço, o tempo inteiro
e sem eu perceber, às vezes.
Eu não tenho preconceito,
mesmo. Sempre que tem festa,
eu levo um pratinho pro
Jorge, o porteiro”

“Eu não me considero um cara
engraçado. Uma porque eu não
me considero, segundo porque
geralmente eu sou muito
ouvinte, por ser tímido.
Quando tenho intimidade,
sim, aí eu sou insuportável,
o tempo todo fazendo piada.
Quê? Filho, eu vi de perto
a pobreza quando fiz a minha
pós em Bangladesh"

O carioca criado na
zona oeste do Rio de
Janeiro viaja o Brasil
com seu stand up e faz
sucesso na web

Depois de participar do Pânico, programa de rádio de humor
escrachado, em 2019, ele foi
alvo de polêmicas nas redes sociais

“O governo tem que parar
de atrapalhar os negros.
Eles me convidaram um dia
antes e depois eu soube que
eles colocaram o professor
para falar também. Eu falei:
‘Cara, eles, de propósito,
tão colocando dois pretos
para um embate’”

Sem crise, ele não se
afeta por quem não entende
suas piadas pois sabe
com quem quer falar

“Gente de extrema direita
não entende ironia e o
público que acompanha o
Pânico é esse. Quando eu
vejo alguns comentários
eu penso: ‘Não esperava
que você fosse entender’.
Yuri, o preconceito começa
de você mesmo”

Ele também fez uma
participação no Porta
dos Fundos, em 2019,
ironizando o fato de
sempre ser entrevistado
para falar sobre racismo
e negritude

“Como é que é essa coisa
do jovem negro no Brasil?
Heitor, como é para você,
um escritor branco, dentro
dessa questão da branquitude?”

Yuri conta como levar
crítica social e política
para o humor: “O comediante
também é um comunicador”

“Você percebe que a direita
está desunida quando acham
39 kg de cocaína no avião
do Bolsonaro e o Aécio não
está. Vocês já repararam?”

“A gente não tem que ter
a responsabilidade de um
jornalista, mas a gente não
pode ter a irresponsabilidade
de um cara que não está
nem aí com nada. Tem uma
informação ali sendo passada”

PRODUÇÃO: Nathália Cariatti
Juliana Farinha
Sheyla Miranda

ENTREVISTA: Guilherme Henrique

FOTOGRAFIA: Nathália Cariatti
Vitor Serrano

EDIÇÃO: Fernando Martins
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