O dicionário Aurelia, produzido
pelo jornalista Vitor Angelo
e pelo pesquisador Fred Lib,
mapeia as expressões oriundas
do dialeto LGBT+ que já foi
instrumento de resistência
Por: Laura Reif
Ilustrações: Mariane Ayrosa Você conhece
o pajubá?
O pajubá tem origem na
fusão da língua portuguesa
com termos dos grupos
étnico-linguísticos nagô
e iorubá, que vieram da
África e foram reproduzidos
nas práticas de religiões
afro-brasileiras
Por serem espaços de
acolhimento para os grupos
minorizados, os terreiros
de candomblé passaram
a ser frequentados pela
comunidade LGBT+, que
adaptou os termos africanos
em outros contextos
Selecionamos aqui algumas
expressões do pajubá cada
vez mais incorporadas ao
vocabulário brasileiro –
e definidas pelo dicionário
Aurelia, lançado em 2006
por Vitor Angelo e Fred Lib
No mundo gay, o artigo definido
feminino é, em muitos casos,
anteposto a substantivos próprios
ou comuns do gênero masculino,
podendo ser aplicado ao
próprio substantivo.
Ex.: a Pedro, a Mário;
a prédia; a fota;
a relógia; a dicionária
1- Chamar para prestar
atenção, prestar atenção;
2- Fazer alguma função;
3- Pegar, roubar. Forma
imperativa e sincopada
do verbo: kuein!;
4- Esconder o pênis
Termo referente a algo
ou alguém que causou
alguma coisa.
Ex.: aquela noite
foi bafo, bi!
Homossexual não
afeminado, mas
nem sempre ativo
Homem heterossexual
ou homossexual ativo
Velho.
O termo é pronunciado
“ireeeeeeeene”
Virar a cabeça, mudando
o cabelo de lado, tal como
as loiras fazem, com a
intenção de menosprezar
ou ignorar alguém
Acreditar no hype;
se sentindo.
Expressão usada
unicamente no gerúndio