Vítor diCastro:
o orgulho LGBTQIA+

Dono do canal Deboche Astral,
ele tem quase 3 milhões de
seguidores e traz para jogo
pautas como direitos humanos,
LGBTfobia e astrologia

Por: Denise Meira do Amaral
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Nascido no interior de São
Paulo em uma família católica
conservadora, Vítor diCastro
chegou a ser levado para
terapia aos nove anos por
ter um “comportamento
atípico” para um menino
Crédito: Quebrando o Tabu/ reprodução
Isso porque ele gostava
de rebolar e sabia todas as
coreografias das músicas da
Wanessa Camargo e da banda
Rouge – além do seu jeito
de falar, de se portar,
e de só ter amigas meninas
Crédito: Deboche Astral/ reprodução
“Imagina uma criança viada
real? Era eu. Sofri muito
bullying na escola, na
igreja e dentro da minha
própria família”, diz
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
As sessões com a psicóloga
foram a tal tentativa da
“cura gay”, ele conta. Por
perceber que seu comportamento
era rechaçado, passou a falar
mais grosso, a não cruzar as
pernas e a mudar seus gostos
Crédito: Quebrando o Tabu/ reprodução
Vítor só conseguiu se
enxergar gay ao sair de
Caçapava para estudar design gráfico em São
Paulo, aos 18 anos.
“Eu nem sabia que poderia
ter outra orientação.
Ainda mais no interior,
20 anos atrás”
Crédito: Quebrando o Tabu/ reprodução
Durante a faculdade de teatro,
discussões sobre política
e sexualidade começaram a
fazer parte de seu cotidiano.
O debate se intensificou ainda
mais ao entrar para o time
da página Quebrando o Tabu
Crédito: Quebrando o Tabu/ reprodução
“Lá comecei a entender
como a internet funcionava”,
diz. Em 2018, foi alçado
apresentador para falar
sobre relacionamentos
abusivos, ataques
homofóbicos, como sair
do armário, LGBTfobia
e outras pautas
Crédito: Quebrando o Tabu/ reprodução
Além do Quebrando o Tabu,
Vítor também é sucesso em
seu próprio canal, o Deboche
Astral, que acumula mais de
150 milhões de visualizações
Crédito: Deboche Astral/ reprodução
O canal leva autoconhecimento
para os internautas com uma
abordagem cômica. A ideia
é deixar a linguagem técnica
de lado para popularizar
os signos
Crédito: Deboche Astral/ reprodução
“Futebol e astrologia
unem toda a América Latina.
Sempre tivemos uma ligação
muito forte com o místico.
Não sei se vem dos maias,
dos astecas. Mas sempre
nos guiamos pelos astros”
Crédito: Deboche Astral/ reprodução
“Se a igreja católica não
tivesse colocado a astrologia
como algo errado, hoje ela
teria um papel muito maior
na nossa sociedade
Crédito: Deboche Astral/ reprodução
Canceriano, Vítor se define:
“Sou uma pessoa emotiva,
dramática. E muito, muito
empática. O seu problema
é meu problema”
Crédito: Deboche Astral/ reprodução
COMO TODO INFLUENCER,
ELE TAMBÉM ACUMULA HATERS.
“QUANDO VOCÊ FAZ UM CONTEÚDO
QUE PROVOCA E GERA REFLEXÃO,
AS PESSOAS TÊM MANEIRAS
DIFERENTES DE LIDAR.
E UMA DELAS É OFENDER
MINHA SEXUALIDADE”
Crédito: Quebrando o Tabu/ reprodução
“Às vezes me irrito, mas,
no geral, ignoro. Preciso
manter minha saúde mental.
Vou seguir minha vida e ficar
rica e famosa. Não vou levar
para minha terapia o que
essas pessoas deviam levar
para as delas”
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
Sobre as mudanças necessárias para o avanço da pauta
LGBTQI+, ele aponta sem
titubear: novas políticas
públicas. “As pessoas que
ocupam cargos importantes
precisam ser favoráveis
à nossa comunidade”
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
Ele também pede que
as religiões cristãs,
principalmente as evangélicas,
repensem seus posicionamentos.
“O que mais sustenta a
LGBTfobia é a política
e a religião. E, no Brasil,
as duas coisas andam juntas”
Crédito: Quebrando o Tabu/ reprodução
Nas eleições de 2014, Vítor
conheceu seu atual marido
pelo Facebook. Nas eleições
de 2018, se casaram. “Nas
eleições de 2022 estamos
programando um filho”, brinca
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
“Quero ser pai depois dos
40, quando tiver com a vida
mais estabilizada. Acho que,
além de tudo, é uma maneira
de mostrar para o mundo que
a gente pode sim formar uma
família estruturada e LGBT”
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
A festa de casamento também
teve esse intuito e a reunião
de toda sua família no dia
do casamento foi simbólica.
“Imaginava que isso nunca
pudesse acontecer”, diz Vítor
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
“Todo mundo compartilhando
meu amor e minhas vitórias.
Fiquei feliz de ver a
evolução não só em mim,
mas neles também”
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação

é outra
conversa.

leia mais