Pré-candidato à presidência pela Unidade Popular (UP), Leonardo Péricles acredita que o socialismo é a saída para as muitas crises que o país vive
foto: MANUELLE coelho / reproduçãoPor: henrique santiago
Um presidente negro no Brasil
Em mais de 100 anos de República, o Brasil teve apenas um presidente negro: Nilo Peçanha, que chefiou o país entre 1909 e 1910
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De lá para cá, apenas barões do café, generais e democratas brancos chegaram ao poder – com exceção da única mulher, Dilma Rousseff. Mas Leonardo Péricles quer mudar esse cenário
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Presidente da Unidade Popular (UP), o partido mais novo do Brasil, Péricles representa o socialismo nas eleições de 2022
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Ele iniciou a militância estudantil ainda jovem, em Belo Horizonte, nos anos 2000. Começou a estudar biblioteconomia na Universidade Federal de Minas Gerais, mas não concluiu o curso
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Um tema sensível tanto à sua vida pessoal quanto política é a moradia. Péricles vive em uma ocupação, a Eliana Silva, erguida pelo Movimento de Luta nos Bairros (MLB) na capital mineira
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Seu futuro programa de governo vai defender a soberania nacional e aponta para questões sensíveis no país, como a reforma agrária e o fortalecimento da indústria brasileira
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“Temos que mexer nas estruturas, sobretudo as fundiárias. A superconcentração de terras é uma de nossas chagas”, avalia
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Outra pauta que lhe é bastante cara, afirma, é o combate à violência estrutural que mata negros e negras, sobretudo periféricos, todos os dias
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Opositor ferrenho de Jair Bolsonaro, o pré-candidato da UP reprova a criação de uma unidade criada entre os partidos de esquerda e direita para derrotar o atual presidente
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No caso, a crítica é direcionada à possível chapa entre o petista Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin, egresso do PSDB. ”É inadmissível que essa conciliação seja respeitada pelo povo”, diz
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Péricles diz que essa aliança coloca a esquerda brasileira lado a lado com a burguesia, representada pelo tucano Alckmin
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“Qualquer união com essa elite burguesa irá reforçar o processo que impede que setores populares implementem medidas que podem transformar o Brasil”
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Para se tornar o agente dessa transformação, no entanto, o pré-candidato da UP tem um longo caminho pela frente
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Sem representantes no Congresso, a legenda não tem direito à propaganda no rádio nem na TV. Mas o trabalho, ele garante, será feito na rua