Sebastião de Oliveira é uma criatura criadora. Com a Associação Miratus de Badminton, ele promove o desenvolvimento social de crianças e jovens por meio da educação e do esporte
Foto: Mario Ladeira/ Trip
Sebastião Oliveira tinha 7 anos quando foi mandado para a Funabem (Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor), um abrigo de menores
Foto: Mario Ladeira/ Trip
Ele não era órfão, tampouco havia cometido algum crime. Mas sua mãe era funcionária de uma mansão e o patrão, ministro da Justiça, não queria que o menino morasse com ela no trabalho
Foi na Funabem, onde viveu até os 18 anos, que Sebastião conheceu Izaías, professor que tornou-se um mestre e o incentivou a aproveitar todas as oportunidades dentro da fundação
Foto: Mario Ladeira/ Trip
“Entendi o recado. Trabalhei tanto, e com foco, que fui aproveitado para o quadro interno de funcionários da instituição”, conta
“Um dia eu quero ser o mestre Izaías, quero poder ajudar alguém. Eu vou pra dentro da comunidade porque Aqui eu vejo a oportunidade de fazer tudo isso”
Quando dava aula de educação física num colégio da cidade, Sebastião conheceu o badminton, um esporte parecido com o tênis e jogado com raquetes e uma peteca
“Joga homem, mulher, gordo, magro, alto, baixo, porque o badminton é um esporte de fácil iniciação”
1998
Vendo as crianças da comunidade onde morava – a Chacrinha, no Rio de Janeiro – sem perspectivas, interrompeu a construção da própria casa para criar a Associação Miratus de Badminton
Foto: Mario Ladeira/ Trip
“O projeto Miratus foi criado copiando o tráfico. O crime organizado enxerga as nossas crianças desde os 6, 7 anos de idade”
“O tráfico oferece capacitação, qualificação e uma seleção ímpar. O crime, quando enxerga, dá oportunidade. Já o governo, quando enxerga nossos filhos, entra com polícia pra dar tiro, pra matar”
“Nós estamos aí oferecendo o esporte, o desafio de se superar, de conhecer lugares diferentes, pessoas diferentes”
Sebastião desenvolveu também uma metodologia própria de treinamento: o bamon, que combina os movimentos do esporte com as batidas do samba, em melodias que ele mesmo criou e gravou
Imagens: Projeto Miratus/ reprodução
Em 20 anos, a Miratus qualificou dois atletas para a Olimpíada do Rio e acumulou mais de 60 medalhas internacionais
Foto: Mario Ladeira/ Trip
2019
Além de dar asas aos sonhos de muitos jovens da comunidade, Sebastião também viu o próprio filho, Ygor Coelho, se tornar o primeiro medalhista de ouro do Brasil em Jogos Pan-Americanos
Foto: Alexandre Loureiro/ COB/ divulgação
“Eu sou uma pessoa hoje que mostra que o investimento na área social é benéfico. Tem muito cientista aqui dentro, não são só campeões de badminton”
Por seu trabalho, Sebastião Oliveira foi reconhecido em 2018 pelo Prêmio Trip Transformadores. “Meu sonho é levar a outras comunidades o que acontece aqui. Assim, sigo retribuindo o que fizeram por mim”, diz
Foto: Alex Batista/ Trip
REALIZAÇÃO: Academia de Filmes/ trip
CENAS DO DOCUMENTÁRIO TRIP TRANSFORMADORES:
Gente que acredita que só vai ficar bom de verdade quando estiver bom para todo mundo