Fotógrafa que registrou a MPB dos anos 70 e 80, Thereza Eugênia elege suas imagens mais marcantes
Por: Bruna Bittencourt Fotos: Thereza Eugênia
Retratos da Música Popular Brasileira
Thereza Eugênia Paes da Silva é um denominador comum da MPB. Desde que trocou a Bahia pelo Rio de Janeiro, em 1964, ela clicou de Roberto Carlos a Caetano Veloso, Maysa a Maria Bethânia
O primeiro convite para subir no palco foi em 1970, quando foi chamada para fotografar um show do Rei no Canecão. Como não tinha o equipamento apropriado, pegou uma câmera emprestada
Roberto Carlos gostou do trabalho e escolheu uma das imagens para estampar seu disco, uma das capas preferidas que Thereza clicou. E ela não parou mais
“Sempre usei muita luz ambiente e de palco. Minhas fotos têm um certo senso de intimidade, entrava na casa dos artistas”, conta
A pedido da Trip, ela relembra histórias por trás de algumas de suas fotos mais marcantes
Guilherme Araújo
“Ele foi um grande empresário, trabalhou por 15 anos com Caetano e Gal. Tinha uma relação de amizade com os artistas e adorava ser fotografado – eu era como se fosse sua selfie”
“Esta foto sintetiza como percebia a relação dele com Gal: o criador e a criatura. A máscara com o rosto dela foi uma invenção dele para o show Fantasia, em 1981”
Gal Tropical
“Em 1979, Guilherme quis dar uma virada na imagem de Gal Costa, mostrá-la elegante. Ela entrava no palco descendo Uma escada com todo esplendor, como se dissesse ao que veio”
“O espetáculo foi ovacionado pela crítica. Estrelas de cinema como Liza Minnelli e Ursula Andress vinham para o Carnaval do Rio e assistiam ao show de Gal. Retrata uma fase muito importante na vida dela”
Caetano Veloso
“Quando ele chegou de Londres, em 1972, fez três apresentações no teatro João Caetano. Só se falava disso, era o grande evento do Rio de Janeiro, seu primeiro show após o exílio”
“Impressionada com seus movimentos ao cantar ‘O Que é Que a Baiana tem?’, fiz uma dupla exposição no mesmo negativo. Acho que foi o artista que mais fotografei”
Wanderléa no espelho
“Influenciada pela pintura pontilhista, tentei com um filme granulado um efeito parecido. Esta foi minha melhor foto nesse estilo”
“Fui inspirada por uma capa de Miro da Rita Lee [o disco homônimo da cantora, de 1980], era uma experiência. Wanderléa é uma pessoa adorável, carinhosa”
Maria Bethânia
“Esta foto é a melhor que fiz de Bethânia no palco durante o espetáculo Drama-Luz da Noite, que assisti várias vezes”
“Comecei a fazer fotos dela na sua casa. Até a década de 80, fotografava palco e plateia dos seus shows. Ela nunca criou nenhuma restrição ao meu trabalho”