Sucesso nas redes sociais,
o psicanalista Lucas Liedke
explica como o meme pode ser
uma ferramenta importante
quando o assunto é saúde mental
Por: Dandara Fonseca
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
A psicologia
dos memes
Com a pandemia do coronavírus,
os psicólogos e psicanalistas ganharam ainda mais destaque
na internet, se tornando
verdadeiros influenciadores
digitais
“As pessoas querem seguir
quem consiga trazer um
pouco mais de questionamento
e reflexão, aumentando
um repertório e agregando
conhecimento”, diz o
psicanalista Lucas Liedke
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
O gaúcho, que ganha cada
vez mais seguidores nas redes
sociais ao falar de forma fácil
e engraçada sobre temas complexos
da psicanálise, acredita que
essa mudança é positiva
“Estamos cansados de usar
as redes para nos sentir
apenas rebaixados ou
inferiores. É voltar um
pouco para o que é a
essência delas: conexão”
Em seu perfil no Instagram,
Lucas usa memes como porta de
entrada para discussões mais
aprofundadas da psicanálise
Para ele, o formato ajuda a
diminuir o rigor e conservadorismo
ainda presentes na linguagem
da psicologia, além de tirar
o psicanalista do lugar de
único dono do conhecimento
“Os memes autodepreciativos,
em específico, nos colocam
numa situação de reconhecer
a nossa vulnerabilidade.
É parar um pouco esse giro
e dizer: ‘Peraí, ninguém
tá bem’”, diz
“Além disso, vale lembrar
que nós basicamente
elegemos um presidente
à base do meme. É um
formato muito poderoso.
Vamos usá-lo a favor da
saúde mental das pessoas”
Nos últimos anos, a atenção
em relação ao uso excessivo
das redes sociais tem crescido.
Mas, para Lucas, a pandemia
de certa maneira transformou
essa visão
“É importante estar atento
à alienação, mas tem
uma virada interessante
em demonizar um pouco
menos as redes”, explica
“O que a gente pode fazer
é olhar com cuidado para
o tempo que não estamos
conectados, pensar nas
pessoas com quem a gente
mora, criar momentos especiais”