Sexo frágil
O modelo de masculinidade
ainda é baseado em expressar
potências e esconder
imperfeições e angústias.
E isso não faz mais sentido
Fotos: Luiz Maximiano/ Trip
“Se você cresceu com um pai
que fala ‘engole o choro senão
vou te meter a mão na cara’,
você engole. Junto com o
choro você engole todas as
emoções que vêm com ele”,
diz o chef André Mifano
“Expressar
sentimentos
é ser menos homem.
Assim os gêneros
vão se moldando”,
diz o psicólogo
Carlos Zuma
De um leque potencialmente
amplo de emoções, sobra uma
única legítima aos homens
– a raiva – e um modo
de expressá-la:
a agressão física
“Isso não é genético,
como muitas mães
acreditam. É apenas
incentivado desde
muito cedo”,
explica Zuma
Foto: unsplash
“Os garotos
ainda são educados
por uma lógica
de controle e
hierarquia com
valores de potência,
virilidade, luta
e desempenho
no trabalho e
no esporte”,
diz o psicólogo
Leandro Feitosa
Andrade
“O homem tem essa característica
de não querer passar fragilidade.
A meu ver, é o contrário:
se expressar é uma prova de que
você é mais homem do que outros”,
diz o atleta Alessandro Matero
Viver sob pressão tem um
alto custo: em todo o mundo,
os homens encabeçam os
índices de suicídios e mortes
por arma de fogo
“Quando descobrem
como foram reprimidos,
alguns passam a ter
mais empatia pela
situação da mulher
na sociedade. Porque
eles também, de certa
forma, se sentem
massacrados”,
afirma Zuma
“AcHO que a maioria dos homens
chora escondido. eu não tenho
vergonha de chorar. sempre
me emocionei muito com tudo.
tem coisas que conseguem tirar
minha alma pelos olhos”,
diz o ator milhem cortaz
“Chorar é sempre um ato de coragem,
para um homem ou uma mulher,
porque você está expondo seus
sentimentos, e em público você
pode receber de tudo, inclusive
um abraço”, opina o artista
Felipe Morozini
“O mundo precisa de homens
sensíveis. O lado da fragilidade,
que dá passagem à sensibilidade,
faz hoje um outro homem. Talvez
um verdadeiro homem”, diz o
bailarino Ismael Ivo
Conteúdo que transforma
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