Com versos sobre relacionamentos,
diversidade e autoaceitação, o
artista segue reinventando o rap

Por: carol ito

Os amores
inventados de
Rico Dalasam

Fotos: divulgação

Rico Dalasam estourou em
2015, depois de lançar seu
primeiro EP, Modo Diverso,
com seis músicas que narram
experiências da juventude

Rapidamente, arrancou
elogios de grandes nomes
da música brasileira, como
Gilberto Gil e Criolo, e
foi convidado para festivais
de música internacionais

Para além do tom de
denúncia tradicional
do rap, seus versos
aprofundam questões
ligadas ao amor,
relacionamentos,
gênero e diversidade 

Rico foi o primeiro
rapper a assumir a
homossexualidade na cena
nacional e a celebração
dessa trajetória aparece
em Orgunga, seu primeiro
álbum, lançado em 2016

'Orgunga' é um nome
criado por mim, uma
combinação das palavras
orgulho, negro e gay, ou
meus melhores orgulhos”,
contou ele, na época

Criado no bairro Cidade
Intercap, em Taboão da
Serra, periferia de São
Paulo, ele trouxe novas
experiências e reflexões
em DDGA, seu segundo
álbum, de 2021

O nome do disco é uma
sigla para “Dolores Dala
Guardião do Alívio”, que
remete à possibilidade
de encontrar alívio
em meio às dores

Vieram novas viagens,
novos amores, novas
casas e fui criando
outros repertórios na
vida e na música”, conta
ele, que se considera um
artista confessional

Braille”, faixa de
DDGA que narra detalhes
de um relacionamento
entre dois homens,
atingiu mais de 5 milhões
de audições no Spotify

O flerte com a moda também
está presente na obra de
Rico Dalasam, que lançou
em junho uma coleção
inspirada em versos de
DDGA, em parceria com
a plataforma CÏCLOarte

Em seu próximo álbum,
Fim das Tentativas, com
lançamento previsto para
agosto de 2022, ele versa
sobre autoaceitação 

Eu tentava estar em
dia com as tendências,
tentava caber no
imaginário de pessoas
rasas, nos lugares que
me eram negados pelA
ignorância estrutural” 

É o fim da tentativa de
esperar que as coisas
estejam plenas para que
eu ande. Eu vou andar,
mesmo que ainda carregue
coisas que não são minhas
pelo caminho”, DIZ RICO

Eu preciso inventar um
imaginário sobre o amor,
inventar mundos onde
caibam a mim e as pessoas
que se identificam com o
meu poema”, completa ele

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