A escritora Maria Homem fala
sobre tabu, medo, psicanálise
e explica por que este período
foi o maior laboratório
subjetivo de nossa história

O que a
pandemia nos
revela?

foto: joão kehl / revista gol

Uma das psicanalistas
mais procuradas do país,
Maria Homem é autora
do livro “Lupa da Alma”,
que mergulha nos impactos
da pandemia em nossas
vidas e mentes

Foto: Victor Affaro / TRIP
Foto: João Kehl / Revista GOL

“A gente está agudo,
num pico de intensidade,
porque tudo o que era
morno, tudo o que você
deixava ali de lado,
agora incomoda”, diz

O novo normal impôs uma
transformação importante
na rotina dos psicanalistas:
o boom dos teleatendimentos.
E Maria vê aí uma potência

Foto: Pablo Saborido / divulgação

“Às vezes até funciona
mais, justamente porque
não há o constrangimento
da presença, do olhar.
Freud queria associação
livre, e, no on-line,
a gente chega nesse
libertário de um
jeito interessante”

Foto: João Kehl / Revista GOL

Nos atendimentos, algo
ficou claro. A pandemia foi
marcada por um sentimento
que se apresentou em quase
todo mundo, de um jeito
ou de outro: o medo

Foto: divulgação

“A estrutura do humano
é profundamente fóbica.
A gente tem medo, tem
muito medo, e, bobeou,
a gente cria territórios,
ilhas de escape”

Foto: Victor Affaro / TRIP

Isso impactou diretamente
em como nos relacionamos
com quem nos cerca – e com
nossos próprios corpos

Foto: João Kehl / Revista GOL

“O corpo está ameaçado,
porque a gente está
falando de uma doença.
Tanto em termos micro,
de cada encontro, quanto
macro, é o corpo do
outro que eu vou temer,
porque ele é a fonte
da contaminação”

Foto: João Kehl / Revista GOL

O novo contexto
reconfigurou nossa ideia
de interdependência entre
os seres e da importância
dos pactos sociais

Foto: Victor Affaro / TRIP

“Como a gente pode
subjetivar essa
experiência que é
também coletiva? Como
é que a gente pode
elaborar isso juntos
Elaborar a perda, o medo,
a angústia e a morte”

Foto: Victor Affaro / TRIP

“Será que a gente vai
conseguir deixar a morte
menos tabu? Eu diria
que, agora, talvez a
gente possa pôr a morte
no centro da roda e
naturalizar um pouco
mais uma das coisas
mais comuns da vida”

Foto: Victor Affaro / TRIP

Conteúdo que transforma

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