O projeto Dicionário
Consciente explica a
problemática por trás
de diversas expressões
cotidianas da língua
portuguesa
Por: Dandara Fonseca
Imagens: reprodução O preconceito
está na
sua boca?
Muitas vezes, nosso
vocabulário não consegue
acompanhar todos os
avanços sociais que
acontecem à nossa
volta, conservando
expressões carregadas
de preconceitos
Pensando em conscientizar
as pessoas sobre o
perigo do uso de termos
cotidianos, um grupo de
sete publicitários criou
no Instagram o perfil
Dicionário Consciente
“Um termo que pode
parecer bobagem machuca
ao bater no íntimo de
quem ele fere”, diz o time,
formado por Barbara Pires,
Gabriel Mendonça, Gabriel
Damasceno, Gabriela
Bergantin, Gabriela
Rodrigues, Pedro Castro
e Walter Santos
As publicações
explicam o motivo pelo
qual as expressões são
consideradas racistas,
homofóbicas, capacitistas,
entre outras formas de
preconceito, e sugerem
como substituí-las
“Além de tornar
os ambientes mais
acolhedores para os
que são feridos por
esses termos, queremos
deixar a informação
do porquê eles são
preconceituosos
menos polarizada”
Selecionamos algumas
expressões do Dicionário
Consciente que merecem
ser tiradas do seu
vocabulário cotidiano.
Se liga:
O termo foi criado para
não dizer “negro”, pois
a palavra era vista como
algo negativo. Aos poucos
mais homens e mulheres
estão tendo orgulho da
sua cor. Não tente tirar
esse prazer e força
O uso de palavras no
diminutivo para elogiar
ou se referir a idosos,
mesmo com intenção
carinhosa, diminui
e infantiliza essas
pessoas, ignorando toda
sua história de vida
No sentido popular, é
usada para ofender alguém
como idiota e imbecil.
No entanto, é um termo
capacitista, que é
a discriminação e o
preconceito contra
pessoas com deficiência
Indica que “homens de
verdade” não podem expor
suas emoções. A expressão
reforça que o homem deve
ser sempre forte e seguro
de si, estereótipo que
gera problemas como
ansiedade e depressão
Quando os portugueses
invadiram o Brasil e
pensaram ter chegado
na Índia, assim chamaram
todos que habitavam
o país, também
desrespeitando e
desvalorizando as
diferentes etnias
e povos
Atribui a pessoas gordas
ações relacionadas à
gula, reforçando a ideia
genérica e preconceituosa
de que elas comem demais
ou só consomem alimentos
excessivamente calóricos
A expressão invalida
o processo de transição
e reforça o preconceito
ao olhar a pessoa trans
como se ela não fosse
realmente um homem
ou uma mulher
Indiretamente, limita
a mulher à sua capacidade,
paixão ou interesse pela
cozinha, além de reforçar
a ideia de que, uma vez
casada, deve servir
ao seu parceiro
A expressão usada
para dizer que algo
é brega julga, de
forma discriminatória
e equivocada,
características
e a cultura dos
estados do nordeste
Ter amigos LGBTQ+ não
é justificativa para
não ser homofóbico e
não anula o preconceito.
A maneira como a fala é
construída, por si só,
já cria um distanciamento
da pessoa LGBTQ+
Muito além da
linguagem, expressões
preconceituosas reforçam
a desvalorização de
grupos que sofrem
opressões, atrasando
nossa evolução como
sociedade. Vamos repensar
nosso vocabulário?
Conteúdo que transforma
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