Nascido em Olinda, Pernambuco, em 1958, Garrido se mudou para São Paulo quando criança. Conheceu o boxe aos 10 anos e nunca mais parou: foi boxeador amador e tornou-se técnico do esporte
Foto: Arquivo pessoal
Em 2006, criou o projeto Cora Garrido, que oferecia aulas de boxe e ginástica embaixo de viadutos na zona leste da capital paulista. À época, ele cuidava de duas academias abertas a qualquer um. A única regra era se interessar pelo boxe
O principal público eram moradores de albergues, pessoas em situação de rua, dependentes químicos, ex-detentos. Segundo ele, sua academia embaixo do viaduto era “uma fábrica de reciclagem de seres humanos”
Foto: Ali Karakas / Trip
Em 2011, ele foi homenageado pelo Prêmio Trip Transformadores por promover a cidadania através do esporte
Foto: nelson mello / Trip
“Eu nunca tinha pensado em ser lutador profissional, porque minha luta era contra a depressão, angústia e as perdas. Eu cheguei aqui viciado em drogas, mas o Nilson falou que o esporte iria me ajudar”, contou o motoboy e MC Marciel Ribeiro, participante do projeto
Em 2016, o ex-pugilista foi uma das pessoas escolhidas para carregar a tocha olímpica. Mas sua luta nunca aconteceu apenas nos ringues. Cinco anos depois, ele decidiu vender o objeto para sustentar o projeto social impactado pela queda nas doações durante a pandemia
Ele seguiu com seu amor pelo esporte até junho de 2022, quando morreu, aos 64 anos, em decorrência de complicações de uma cirurgia no estômago
Foto: acervo Trip
“Precisa um negro estar debaixo de um viaduto falando ‘vamos fazer transformação no nosso país’? Se a gente tiver que abaixar um pouco a bandeira para fazer algo para a sociedade, vamos nos sacrificar, mas vamos fazer sim”, disse Garrido à Trip, em 2011
Foto: Lucas Lima / Trip
Gente que acredita que só vai ficar bom de verdade quando estiver bom para todo mundo