Diretor de filmes como Bróder, M8 e Doutor Gama, ele trabalha para que as narrativas sobre o Brasil sejam mais diversas
Por: carol ito imagens: reprodução
O cinema negro de Jeferson De
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A história do cineasta paulista Jeferson De com o cinema começou ainda na infância, época em que seu pai era uma espécie de líder comunitário da região rural de Taubaté
“Ele sempre buscava um projecionista de outra cidade para exibir filmes numa quadra de futebol de salão. Eu acompanhava todo o processo”, conta
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A paixão o levou para o curso de cinema da Universidade de São Paulo (USP), em que se percebeu num espaço elitizado, sendo o único estudante negro da turma
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“Ali, eu fiz uma pesquisa sobre cinematografia negra e lancei o ‘Dogma Feijoada’, que é um manifesto em prol do cinema negro no Brasil”
“No cinema negro, a gente faz filme com os restos, não com as partes nobres, assim como a feijoada era feita pelos negros escravizados. Trazemos personagens e histórias que foram deixados de lado”
Jeferson De é diretor de filmes como ‘Bróder’ (que venceu o prêmio de melhor filme no Festival de Gramado, de 2010) e ‘Correndo Atrás’ (2018)
No longa de ficção ‘M8 – Quando a morte socorre a vida’ (2019), ele cria um “retrato do Brasil em seu coração”, como define
O longa narra a história de um jovem negro que entra na faculdade de medicina e passa a estudar cadáveres de outras pessoas negras
“O filme gera debates, que é tudo o que precisamos hoje, mostra que sempre sobra algum espaço pra incerteza e esse é o ponto de reflexão”
Lançado em agosto de 2021 pelo Globoplay, o longa Doutor Gama conta a história de um dos personagens mais importantes da história brasileira: Luiz Gama
Advogado, abolicionista e ex-escravizado, ele utilizou as leis e os tribunais para libertar mais de 500 escravos no século XIX
“Nós também queremos contar nossa versão da história e colaborar com outras visões sobre o Brasil”, reflete o cineasta