O cineasta, ativista e professor universitário escreveu e dirigiu filmes que celebram as comunidades negra e gay nos Estados Unidos dos anos 1980 e 1990, documentando suas estratégias de sobrevivência e resistência
Fotos: divulgação
Marlon riggs
Nascido no estado do Texas (EUA), em 1957, Riggs se formou em História na Universidade de Harvard e fez mestrado em jornalismo na Universidade da Califórnia em Berkeley, onde iniciou sua trajetória no audiovisual
Entre 1981 e 1994, ele escreveu, produziu e dirigiu filmes que discutem questões de raça e sexualidade, marcados por uma extensa pesquisa e pela experimentação de linguagens
Em trabalhos como Línguas Desatadas (Tongues Untied) e Do Estereótipo Negro (Ethnic Notions), o cineasta questiona o racismo e a homofobia nos Estados Unidos
Além de criticar o sistema preconceituoso da época, sua obras enaltecem a cultura afro-americana, bem como o amor físico e emocional entre homens negros
Exibido em mostras de cinema e na TV aberta, seu trabalho foi considerado fundamental nos debates sobre homossexualidade. Ele seguiu produzindo até 1994, quando morreu, aos 37 anos, em decorrência da Aids
Em 2022, no mês do Orgulho LGBTQI+, o acervo do diretor foi exibido pela primeira vez no Brasil. Intitulada “Bixaria Negra – O cinema de Marlon Riggs”, a mostra aconteceu no Galpão Bela Maré, no Rio de Janeiro, e no Instituto Moreira Salles, em São Paulo
"Através de sua filmografia, Riggs desafiou não apenas os conceitos de raça, masculinidade e sexualidade, Mas também se rebelou e dançou diante das noções de linguagem, liberdade e poder", afirma o curador Bruno F. Duarte
"Gesto iniciado muito antes dele e que continua a reverberar muito tempo depois por pessoas comprometidas com a criação de estratégias de resistência e emancipação referenciadas em tecnologias ancestrais e nas infinitas possibilidades da imaginação radical”