Alice Pataxó, Tukumã Pataxó
e Kaê Guajajara usam as
redes sociais como arma para
quebrar estereótipos e ampliar
o debate em torno das questões
indígenas mais urgentes

Por: Dandara Fonseca
Foto: Arquivo Pessoal

Novos militantes indígenas

Ouvir que indígenas não podem
ter celular e deveriam andar nus
ou pintados faz parte do cotidiano
dos jovens que usam a internet
para mostrar a diversidade cultural
e as reivindicações de seus povos

“Uma devastação
Inacreditável: cadeiras
Viradas, refrigeradores
Deitados, mesas
Flutuantes, livros
Enlameados, assim como
Coleções de publicações
Raras, tudo fora tocado
Pelas águas fétidas”

“Como muitas pessoas
não têm contato com a
Nossa realidade, entendi
Que seria bom usar aquele
Espaço para mostrar,
pelo meu olhar, o que
Acontece na aldeia”,
diz Alice Pataxó


Foto: Arquivo Pessoal

Moradora da Aldeia
Craveiro, no sul da
Bahia, ela fala aos mais
de 30 mil seguidores
no Twitter sobre questões
como a diversidade de
fenótipos indígenas 

“As pessoas ainda têm
uma ideia estereotipada
de que todo indígena
tem Pele vermelha,cabelo
Preto, olhos puxados.
A nossa identidade não Está
Em características Físicas,
Mas na Vivência”, Explica


Foto: @rayhata_une/Tucum Brasil

Criadora do canal de
YouTube Nuhé, Alice fica
feliz ao ver os números
crescendo: “Significa
mais gente se preocupando
em conhecer a realidade
indígena e entender
o nosso ponto de vista”


Foto: @rayhata_une/Tucum Brasil

Antes de investir na carreira
de cantora, Kaê Guajajara
começou a usar as redes
sociais para escrever sobre
assuntos como a demarcação
de terras, tema que faz parte
de sua vida desde a infância


Foto: @alinefonsecas/“The Hope Brigade”

“Precisamos mostrar
o que os diferentes povos
Estão passando, o que
já conquistaram e o que
estão lutando para
Conquistar”, afirma o
Baiano de Coroa Vermelha

Eu nasci em Mirinzal,
no Maranhão, em uma terra
indígena não demarcada.
Lá minha família ainda enfrenta
muitos processos de violência”,
conta ela, que se mudou ainda
criança para o Rio de Janeiro


Foto: Arquivo Pessoal

Foi no Complexo da Maré
que Kaê transformou
a militância também em
música. “Comecei a pensar
e escrever sobre todas
as violências que sofri
como mulher indígena no
contexto urbano”, conta

Trecho do projeto:
@terradorap/Reprodução/Instagram 

Tento manter um equilíbrio
entre oferecer amor e clamar
por justiça”, diz. “A pessoa
chega no meu perfil para saber
quem é essa índia cantando
rap e funk e tem uma aula
sobre questões indígenas”

Foi com um post explicando
que ninguém deixa de ser
indígena por estar vestido
com roupas consideradas
comuns” que começou
a história de militância
de Tukumã Pataxó, em 2019


Foto: Arquivo Pessoal

Além de colaborar com o Mídia
Índia, projeto de notícias que
reúne indígenas de diferentes
etnias, ele usa o humor
e a ironia nos vídeos do TikTok
para falar de assuntos sérios

“Precisamos mostrar
o que os diferentes povos
Estão passando, o que
já conquistaram e o que
estão lutando para
Conquistar”, afirma o
Baiano de Coroa Vermelha


Foto: Arquivo Pessoal

Para Tukumã, é imprescindível
que os povos originários
ocupem a internet:
“A maior parte das pessoas
conhecem os indígenas pelos
livros didáticos, que
contam a nossa história
no ano de 1500”


Foto: Arquivo Pessoal

As pessoas acreditam que nós somos
do passado. Elas não conseguem
assimilar o que estamos fazendo aqui
e agora”, afirma Kaê, que relata
que os comentários preconceituosos
aumentam nas cidades


Foto: Arquivo Pessoal

“Os jovens acham que,
por sermos indígenas,
não lidamos com questões
Como ansiedade, dúvidas
Sobre o que queremos ser”,
Diz Alice. “Na verdade,
Todos nós temos esses
Sentimentos”


Foto: @rayhata_une/Tucum Brasil

Apesar dos estereótipos
reproduzidos tanto pessoalmente
quanto nas redes, ela acredita
que há jovens dispostos a aprender
sobre a cultura indígena e
mudar algumas de suas atitudes

“Estamos formando novas
Lideranças, com outras
Vivências e novas formas
De lutar. Hoje, usamos
Muito como arma a
caneta e os celulares,
e isso é muito
Importante", Completa


Foto: @rayhata_une/Tucum Brasil

Conteúdo que transforma