Após chegar ao topo da carreira
corporativa e enfrentar o câncer
do marido, a indiana Nilima Bhat
encontrou seu propósito: ajudar
homens e mulheres a fazerem
as pazes com seu feminino

Por: Julia furrer

A CONCILIADORA

Nilima Bhat

A presença de

é daquelas que acalma.
Sua postura, somada
à fala pausada, parece
confirmar o estereótipo
da indiana iogue.

Mas nem sempre foi
assim: há 20 anos,
ela era uma alta
executiva em uma
grande empresa
e nunca tinha
explorado sua
espiritualidade

Em 2001, quando seu marido
foi diagnosticado com câncer
no intestino, ela se mudou
de Singapura para a Índia
e começou a estudar medicina
chinesa e ayurvédica,
psicologia transpessoal e todo
o tipo de terapia alternativa

“A doença estava
no corpo dele, mas
a evolução pessoal
ocorreu em nós dois.
Foi o acontecimento mais
importante da minha vida.
Eu ganhava muito dinheiro,
estava no auge da minha
carreira e senti que a vida
precisava ser mais”, conta

Na época, aos 32 anos,
ela não imaginava que
a experiência no mundo
corporativo se revelaria
fundamental para que
encontrasse o verdadeiro
propósito de sua vida:
promover um modelo de
liderança mais feminino,
pautado por valores
como empatia,
colaboração e gentileza

“A maioria das crises que
enfrentamos na política,
na economia, no meio
ambiente e até na saúde
é consequência de um
sistema hipermasculinizado,
que é fundamentalmente
hierárquico, individualista
e militar. Não é mais
aceitável continuarmos
sofrendo essas
consequências”, afirma

E não se trata de uma questão
excludente de gênero — pelo
contrário. “O que defendo
são valores tradicionalmente
associados ao feminino
e negligenciados.
São características humanas,
que homens e mulheres
precisam resgatar”, diz

Nilima não titubeia
ao se definir feminista
e acredita que é necessário
elaborar um sistema mais
inclusivo: “Não é inteligente
ficar brigando pelo que
já existe e não funciona;
o que nos trouxe até aqui
não nos levará adiante”

Sua teoria se transformou
no livro "Liderança Shakti -
O equilíbrio do poder feminino
e masculino nos negócios"
(2016), escrito em parceria
com Raj Sisodia, Ph.D. em
marketing e um dos fundadores
do movimento Capitalismo
Consciente, que propõe
buscar formas mais
humanizadas de conduzir
as empresas

Conteúdo que transforma