Conhecida como “nevada carioca”,
a prática de platinar o cabelo nasceu
nas periferias brasileiras, ganhou
força durante as festas de fim de ano
e continua sendo tendência nos salões
de beleza. Vem entender o fenômeno
que tem feito a cabeça da galera

Por Camille Mello Foto: Vavá Ribeiro / Trip [{ "selector": ".ejsac-a", "duration": "2000ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "opacity": 0}, {"offset": 1, "opacity": "1"} ] }, { "selector": ".mstsx-a", "duration": "2500ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "opacity": 0}, {"offset": 1, "opacity": "1"} ] }, { "selector": ".dfsxj-a", "duration": "1000ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "opacity": 0}, {"offset": 1, "opacity": "1"} ] }]

Descolorir o cabelo já é
sucesso antigo entre os crias
de comunidades, que aproveitam
as festas de fim de ano para
lançar o platinado. O estilo
começou a se tornar tendência
entre os homens nos anos
90, quando os cantores Belo
e Rodriguinho aderiram ao
loiro quase branco

Foto: reprodução / twitter [{ "selector": ".lrqkd-a", "duration": "1500ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "opacity": 0}, {"offset": 1, "opacity": "1"} ] }]

Em 2022, o visual ganhou
visibilidade nas madeixas de
jogadores da seleção brasileira,
como Neymar e Richarlison.
Bombou de vez às vésperas
do Natal, quando vídeos de
jovens clareando até barbas
e bigodes tomaram a internet

Foto: reprodução / twitter [{ "selector": ".kcmlt-a", "duration": "1500ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "opacity": 0}, {"offset": 1, "opacity": "1"} ] }]

O termo “nevou”, então,
surgiu nas redes sociais.
Além de remeter ao tom dos
cabelos, as postagens também
utilizavam filtros que simulavam
a neve caindo sobre as cabeças.
Apesar de ter se popularizado,
a estética descolorida é
historicamente alvo de estigma

Foto: Reprodução / Instagram @lucasreguamaxima [{ "selector": ".pxzcf-a", "duration": "1500ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "opacity": 0}, {"offset": 1, "opacity": "1"} ] }]

“O preconceito não é a
cor do cabelo, mas sim
a da pele. Nos primeiros
dias do novo ano, o cabelo
tem que estar recolorido
pra não chegar no trampo
e lidar com o risco da
demissão. É racismo”

Foto: Reprodução / Twitter / Raoni Oliveira / @ORaoniOliveira [{ "selector": ".epceb-a", "duration": "1000ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "transform": "translateY(calc(600px - 283px))", "opacity": "1"}, {"offset": 1, "transform": "translateY(0)", "opacity": "1"} ] }, { "selector": ".inbti-a", "duration": "1500ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "opacity": 0}, {"offset": 1, "opacity": "1"} ] }]

O artista Maxwell Alexandre,
cria da Rocinha, maior favela
do Brasil, explicou em uma
coluna do UOL que o "nevou"
no contexto das periferias
tem a ver com resistência,
celebração, brincadeira e beleza

Foto: Reprodução / Youtube / Maxwell Alexandre - Ativação “Descoloração Global” [{ "selector": ".nfblz-a", "duration": "1500ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "opacity": 0}, {"offset": 1, "opacity": "1"} ] }]

“Descolorir o cabelo é
uma afirmação de liberdade
diante de qualquer estrutura
de aprisionamento do corpo
negro. É desafiar a estrutura
racista que rege o país.
São formas de ascensão
para juventude preta e
símbolo de autoestima,
que nos foi negada”

Foto: reprodução / twitter [{ "selector": ".efaac-a", "duration": "1000ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "transform": "translateY(calc(600px - 284px))", "opacity": "1"}, {"offset": 1, "transform": "translateY(0)", "opacity": "1"} ] }, { "selector": ".onmsn-a", "duration": "1500ms", "fill": "forwards", "delay": "0ms", "keyframes": [ {"offset": 0, "opacity": 0}, {"offset": 1, "opacity": "1"} ] }]

Conteúdo que transforma

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Conhecida como “nevada carioca”,
a prática de platinar o cabelo nasceu
nas periferias brasileiras, ganhou
força durante as festas de fim de ano
e continua sendo tendência nos salões
de beleza. Vem entender o fenômeno
que tem feito a cabeça da galera

NEVOU
NO BRASIL

Descolorir o cabelo já é
sucesso antigo entre os crias
de comunidades, que aproveitam
as festas de fim de ano para
lançar o platinado. O estilo
começou a se tornar tendência
entre os homens nos anos
90, quando os cantores Belo
e Rodriguinho aderiram ao
loiro quase branco

Em 2022, o visual ganhou
visibilidade nas madeixas de
jogadores da seleção brasileira,
como Neymar e Richarlison.
Bombou de vez às vésperas
do Natal, quando vídeos de
jovens clareando até barbas
e bigodes tomaram a internet

O termo “nevou”, então,
surgiu nas redes sociais.
Além de remeter ao tom dos
cabelos, as postagens também
utilizavam filtros que simulavam
a neve caindo sobre as cabeças.
Apesar de ter se popularizado,
a estética descolorida é
historicamente alvo de estigma

“O preconceito não é a
cor do cabelo, mas sim
a da pele. Nos primeiros
dias do novo ano, o cabelo
tem que estar recolorido
pra não chegar no trampo
e lidar com o risco da
demissão. É racismo”

Raoni Oliveira, jornalista
que apresentou um telejornal
com o cabelo platinado

O artista Maxwell Alexandre,
cria da Rocinha, maior favela
do Brasil, explicou em uma
coluna do UOL que o "nevou"
no contexto das periferias
tem a ver com resistência,
celebração, brincadeira e beleza

“Descolorir o cabelo é
uma afirmação de liberdade
diante de qualquer estrutura
de aprisionamento do corpo
negro. É desafiar a estrutura
racista que rege o país.
São formas de ascensão
para juventude preta e
símbolo de autoestima,
que nos foi negada”

Maxwell Alexandre, artista

Conteúdo que transforma

Conhecida como “nevada carioca”,a prática de platinar o cabelo nasceunas periferias brasileiras, ganhouforça durante as festas de fim de anoe continua sendo tendência nos salõesde beleza. Vem entender o fenômenoque tem feito a cabeça da galera

NEVOUNO BRASIL

Descolorir o cabelo já ésucesso antigo entre os criasde comunidades, que aproveitamas festas de fim de ano paralançar o platinado. O estilocomeçou a se tornar tendênciaentre os homens nos anos90, quando os cantores Beloe Rodriguinho aderiram aoloiro quase branco

Em 2022, o visual ganhouvisibilidade nas madeixas dejogadores da seleção brasileira,como Neymar e Richarlison.Bombou de vez às vésperasdo Natal, quando vídeos dejovens clareando até barbase bigodes tomaram a internet

O termo “nevou”, então,surgiu nas redes sociais.Além de remeter ao tom doscabelos, as postagens tambémutilizavam filtros que simulavama neve caindo sobre as cabeças.Apesar de ter se popularizado,a estética descolorida éhistoricamente alvo de estigma

“O preconceito não é acor do cabelo, mas sima da pele. Nos primeirosdias do novo ano, o cabelotem que estar recoloridopra não chegar no trampoe lidar com o risco dademissão. É racismo”

Raoni Oliveira, jornalistaque apresentou um telejornalcom o cabelo platinado

O artista Maxwell Alexandre,cria da Rocinha, maior favelado Brasil, explicou em umacoluna do UOL que o "nevou"no contexto das periferiastem a ver com resistência,celebração, brincadeira e beleza

“Descolorir o cabelo éuma afirmação de liberdadediante de qualquer estruturade aprisionamento do corponegro. É desafiar a estruturaracista que rege o país.São formas de ascensãopara juventude preta esímbolo de autoestima,que nos foi negada”

Maxwell Alexandre, artista

Conteúdo que transforma

Conhecida como “nevada carioca”,
a prática de platinar o cabelo nasceu
nas periferias brasileiras, ganhou
força durante as festas de fim de ano
e continua sendo tendência nos salões
de beleza. Vem entender o fenômeno
que tem feito a cabeça da galera

NEVOU
NO BRASIL

Descolorir o cabelo já é
sucesso antigo entre os crias
de comunidades, que aproveitam
as festas de fim de ano para
lançar o platinado. O estilo
começou a se tornar tendência
entre os homens nos anos
90, quando os cantores Belo
e Rodriguinho aderiram ao
loiro quase branco

Em 2022, o visual ganhou
visibilidade nas madeixas de
jogadores da seleção brasileira,
como Neymar e Richarlison.
Bombou de vez às vésperas
do Natal, quando vídeos de
jovens clareando até barbas
e bigodes tomaram a internet

O termo “nevou”, então,
surgiu nas redes sociais.
Além de remeter ao tom dos
cabelos, as postagens também
utilizavam filtros que simulavam
a neve caindo sobre as cabeças.
Apesar de ter se popularizado,
a estética descolorida é
historicamente alvo de estigma

“O preconceito não é a
cor do cabelo, mas sim
a da pele. Nos primeiros
dias do novo ano, o cabelo
tem que estar recolorido
pra não chegar no trampo
e lidar com o risco da
demissão. É racismo”

Raoni Oliveira, jornalista
que apresentou um telejornal
com o cabelo platinado

O artista Maxwell Alexandre,
cria da Rocinha, maior favela
do Brasil, explicou em uma
coluna do UOL que o "nevou"
no contexto das periferias
tem a ver com resistência,
celebração, brincadeira e beleza

“Descolorir o cabelo é
uma afirmação de liberdade
diante de qualquer estrutura
de aprisionamento do corpo
negro. É desafiar a estrutura
racista que rege o país.
São formas de ascensão
para juventude preta e
símbolo de autoestima,
que nos foi negada”