O projeto enaltece lutas,
conquistas e referências de
pretas e pretos na cultura
brasileira pelos muros
das cidades

Por: Renata Moniz
Imagens: divulgação

NEGROMURO:
RECONSTRUINDO
A MEMÓRIA

Não esquecer da nossa
história, dos nossos
ancestrais e repensar o
racismo na constituição
da memória e da identidade
brasileira são as premissas
do projeto NegroMuro

A cantora Clementina de Jesus,
o escritor Lima Barreto, o sambista
Cartola e vereadora Marielle Franco
são algumas das personalidades que
já foram homenageadas nos muros
do Rio de Janeiro

A ideia nasceu quando
o produtor cultural e
pesquisador de música
africana Pedro Rajão se
debruçou sobre a história
de Fela Kuti para fazer o documentário “Anikulapo”

Percebendo a ausência
de figuras pretas pelo
Rio de Janeiro, ele se
juntou ao artista urbano
e curador Cazé para pintar
a imagem do músico no
bairro do Grajaú

O projeto mapeia o território
e sua relação com os homenageados,
exaltando nossa herança africana
e propondo um outro olhar sobre
o legado colonial e racista

“Todo o projeto
NegroMuro funciona com
consentimento das famílias
dos homenageados e existe
uma pesquisa territorial,
para que a pintura aconteça
no bairro em que aquela
figura viveu”, contam

O escritor Lima Barreto,
por exemplo, estampa um
muro na Rua Vilela Tavares,
no Méier, bairro onde ele
morou com a família entre
1913 e 1922

Já a Mãe Beata de Iemanjá
foi homenageada na Lapa,
um dos bairros inaugurais
da cidade, historicamente
proletário, boêmio, negro
e com grande diversidade
religiosa

Durante dois anos, os painéis
foram realizados sem nenhum
tipo de incentivo financeiro,
com financiamento exclusivo
de Pedro e Cazé 

Em 2020, eles firmaram
uma parceria com a
produtora Partiu! e
inscreveram o projeto em
um edital do Benfeitora

“Conseguimos arrecadar
30 mil para financiar
4 murais na cidade”,
contam eles, que escolheram
João Cândido e Elza Soares
entre os homenageados
dos próximos muros

No que depender da dupla,
a memória da cultura negra
vai ser reconstruída através
da arte não só no Rio de
Janeiro, mas no Brasil todo

Conteúdo que transforma