Meu nome
não é japa 

Representantes da
comunidade nipo-brasileira mandam a real sobre o que
é o preconceito amarelo

Por: Carol Ito
Ilustrações: Adriana Komura

Por mais que os descendentes
se incomodem com piadinhas,
é consenso que nada se
compara às vivências dos
negros e indígenas

“O preconceito é
estrutural e ameaça
diretamente a
sobrevivência física,
mental e social de
negros e indígenas”,
diz o jornalista
Leonardo Sakamoto

Existe uma ideia de que
os japoneses fazem parte de
uma “minoria-modelo, o que
só reforça o preconceito
contra outras minorias

“Tem gente que fala:
‘Nunca conheci um
japonês que não fosse
estudioso, dedicado,
honesto, trabalhador’”,
diz o jornalista
Gilberto Yoshinaga

A conhecida fetichização
da mulher japonesa também
precisa ser discutida
com seriedade

“Já escutei que somos
‘gueixas’, tímidas,
submissas. Isso é algo
que eu jamais fui ou
serei”, conta a atriz
Jacqueline Sato

É comum que o órgão genital
dos japoneses seja alvo de
chacota, o que pode ser
uma fonte de sofrimento

“Corpos asiáticos
são vistos como
femininos em oposição
à masculinidade do
homem branco ocidental”,
explica o ativista
Hugo Katsuo

Quando se fala em
representatividade,
a presença de descendentes
de japoneses nas produções
de entretenimento e publicidade
no Brasil ainda é baixa

“Queria me tornar
apresentadora de TV,
mesmo sem nunca ter
visto uma descendente
de japoneses nesse posto”,
conta a apresentadora
Sabrina Sato

Distante das piadinhas
e pseudo elogios, a opressão
contra os nipônicos já foi
institucional no Brasil

“Meus pais sofreram
perseguição durante
a guerra, tinham que
queimar livro, não
podiam falar a língua”,
conta a chef de cozinha
Telma Shiraishi

Debater sobre o preconceito
amarelo é um esforço
necessário para romper
com os estereótipos que
ainda afetam os descendentes
de japoneses

CONTEúdo que
transforma