África, filosofia e amor são a essência da música do cantor e compositor baiano, ex-integrante do histórico trio “Os Tincoãs”
Foto: Paola Alfamor
“Eu vou deixar que o que eu faço me apresente. O homem se conhece pelas obras. A obra vai prevalecer, o discurso talvez não”
Mateus Aleluia, baiano do Recôncavo, é compositor, cantor, instrumentista e uma das vozes mais poderosas da música afrobrasileira
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Ao lado dos músicos Dadinho e Heraldo, formou o trio vocal “Os Tincoãs”, que trouxe para a música popular os ritmos dos terreiros
1963
Imagem: reprodução
“Para nós, o ritual, o culto, é que dá origem à cultura. Se não houvesse o culto, não haveria uma cultura tão bem sedimentada como nós temos a cultura africana aqui. E o responsável por tudo isso foi o candomblé”
O grupo produziu clássicos como “Deixa a gira girar” e “Cordeiro de Nanã”, gravados por artistas como Gilberto Gil e a banda Bixiga 70
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“A história dos Tincoãs veio dar uma certa maturidade a uma pretensão de se mostrar que a música ritualística que veio d’além mar, da África, não tem somente aspectos exóticos”, diz
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Depois de três discos discos, Aleluia se mudou para Angola em 1983, onde viveu até 2002. Ele chegou ao país africano para um show e por lá ficou durante dezenove anos
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“Quando a gente foi fazer o show e cantamos ‘sou de Nanã, euá...’ e o povo respondeu ‘euá, euá, ê...’. Pronto! Contatos imediatos de terceiro e primeiro grau”
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“A gente nunca descobre nada. A gente apenas volta para tudo aquilo que nós somos e nos esquecemos que somos. O terreiro nunca saiu de nós porque o terreiro é África”
De volta ao Brasil, gravou em 2010 “Cinco Sentidos”, o primeiro de sua discografia solo, que seguiu com os álbuns “Fogueira doce” e “Olorum”
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“Antes de tudo houve a música, o vento soprando. Isso é música. Depois que apareceu o homem. Ele viu essa beleza toda e ele teve necessidade de dizer pro outro como é que ele tava se sentindo. Aí é que veio o verbo”
“O meu canto é um apelo. Um apelo que eu faço. E sempre farei. À Nanã”