Considerado um dos nomes mais
proeminentes do esporte estreante
nos Jogos Olímpicos, o paraense
Leony Pinheiro é a promessa de
medalha para o Brasil em 2024
foto: red bull content pool / divulgação
Por: joão de mari
O breaking
na Olimpíada
de Paris
Nascido em Ananindeua, no Pará,
Leony Pinheiro conheceu
o breaking em 2008, quando tinha
apenas 12 anos, na praça São
Braz, na cidade vizinha Belém.
Na época, o jovem trabalhava como
reparador de bicicletas na região
diz Leony à Trip
“Meu primo chegou em casa falando
que viu, na praça São Braz, um
cara giraR de cabeça pra baixo
uns cinco minutos e, em seguida,
levantar vivo. Eu nunca tinha
visto nada parecido — e nem ele.
Aí eu perguntei ‘como ele fez
isso?’ E ninguém soube responder”
Na semana seguinte, os dois
foram ao local para conferir
se aquilo era mesmo real.
Chegando na praça, Leony se
deparou com uma multidão reunida,
ensaiando alguns movimentos, e
logo quis saber do que se tratava
“Perguntei para um deles e a
resposta foi ‘isso aqui é hip
hop’”. O jovem “meio louquinho”,
como ele se define, pediu, então,
para que o dançarino (b-boy,
para ser mais específico)
ensinasse alguns passos.
“Peguei os movimentos na mesma
hora. Aí já viu, né? Já estava
completamente apaixonado”
Hoje, aos 26 anos, Leony
é considerado um dos nomes mais
importantes do esporte no país.
Tetracampeão do Red Bull BC One
Brazil, ele tem sólidas chances
de conquistar uma medalha para
o Brasil na estreia do breaking
na Olimpíada de Paris, em 2024
Antes de se tornar esporte
olímpico, o breaking, que
é um estilo de dança de rua
criado na década de 1970, nos
Estados Unidos, por comunidades
negras e latino-americanas,
foi historicamente criminalizado.
Ao lado do rap, DJ e do grafite,
é um dos pilares da cultura hip hop
“O breaking na Olimpíada foi
uma das melhores coisas que
aconteceram com o esporte,
e até para a cultura hip hop.
Quando você vê muita gente
dançando na rua, no metrô,
as pessoas chamam de vagabundo.
É uma forma importante para
conscientizar as pessoas,
pra gente mostrar que
não somos marginais”
Apesar de o rap ser um dos
estilos musicais mais presentes
no breaking, Leony faz questão
de ouvir brega e tecno melody,
gênero musical que surgiu no Pará
nos anos 2000, porque além
de “relaxar” é uma das formas
de carregar sua cultura
pelo mundo inteiro
“Não pode faltar o brega, chamo
de parte espiritual. E eu sou
paraense, né meu mano. Gosto
da Gaby Amarantos. Então, quando
me vir com fone de ouvido
na Olimpíada, pode ter certeza
que vai ter um brega tocando”