"Dance antes que a cortina se feche", dizia o coreógrafo que se comunicava pelos passos e queria criar pontes para despertar os espectadores
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Ismael Ivo, lenda da dança brasileira
Paulistano da Zona Leste, Ismael Ivo se reinventou para vencer os preconceitos e se expressar como artista e homem negro
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"Eu resolvi ser artista por pura pretensão, porque historicamente eu não estava relegado a isso. Eu tive que fazer meu próprio caminho e as pessoas, então, me aceitarem", diz
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E seu caminho foi pela dança. Ele deu seus primeiros passos na rua Treze de Maio, no Bixiga, e, como coreógrafo, conquistou uma bolsa de estudos em Nova York, nos anos 80
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"Eu precisava me comunicar com mais pessoas, criar um canal, uma ponte por onde as pessoas possam descobrir ou redescobrir coisas dentro delas mesmas"
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Fora do Brasil, Ismael se transformou em um ícone da dança mundial. Trabalhou nos EUA, Áustria e dirigiu por anos o festival de dança da Bienal de Veneza, na Itália
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Ele também foi o primeiro negro a comandar o o Teatro Nacional Alemão, em Weimar
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"O melhor de mim, às vezes muito perto de uma obsessão, é o acreditar"
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Em 2017, depois de 30 anos longe do Brasil, Ismael retornou à cidade onde deu suas primeiras piruetas para assumir a direção do Balé da Cidade de São Paulo
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Em 2021, ele encerrou seu legado de arte e transformação. Vítima da Covid-19, Ismael morreu na capital paulista, aos 66 anos
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"Se permaneço ou me desfaço, não sei. Não sei se fico ou se passo. Sei que a dança é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia eu estarei mudo, mais nada"
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Em setembro de 2021, foi lançado o documentário “Ismael Vivo”, dirigido por Alberto Pereira Jr. em sua homenagem
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O filme exibe imagens raras de várias fases da carreira do artista, além de entrevistas e bastidores do longa “Objetos Perdidos”, que tem Ismael no elenco
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"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos" Ismael Ivo