Com seus casarões tombados e manifestações folclóricas, arquitetura e cultura andam juntas na capital maranhense, a um passeio de barco de Alcântara
Por: Nina Rahe/ Revista GOL Fotos: Felipe Castellari/ Revista GOL
Guia de viagem: São Luís
Qualquer turista que chegue a São Luís é questionado se o destino final da viagem são os Lençóis Maranhenses, como se a cidade fosse só uma passagem. Mas a verdade é que há muito o que se fazer na capital e arredores
Andar pelas ladeiras do centro histórico, por exemplo, é uma atração sugerida por todos os moradores. O conjunto de casarões dos séculos 18 e 19 foi declarado patrimônio da humanidade em 1997
Fundada pelos franceses e ocupada por holandeses, a cidade foi uma das primeiras da colonização portuguesa com forte traçado urbano – por isso suas ruas são organizadas de maneira retangular
Um dos detalhes mais marcantes da arquitetura é a azulejaria, que pode ser apreciada por toda parte. Na rua Portugal, a fachada do sobrado do século 19 que abriga o Museu de Artes Visuais é toda revestida de azulejos
O espaço traz gravuras da paulista Tarsila do Amaral e uma serigrafia do espanhol Pablo Picasso em meio a obras de artistas maranhenses
Mas São Luís encanta também por sua cultura imaterial, como o tambor de crioula, dança circular marcada pela percussão de tambores, e as celebrações do bumba meu boi, ambos reconhecidos como patrimônios culturais
Espaços como a Casa do Tambor de Crioula do Maranhão e o Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho são instituições para quem quer entender melhor a cultura popular
As celebrações ligadas ao bumba meu boi estão por toda parte, mesmo para quem chega à cidade em uma data distante do festejo de São João – vale conferir a programação do Centro Cultural Vale
A uma hora de travessia de São Luís pela baía de São Marcos está outro tesouro maranhense: Alcântara, cidade repleta de ruínas que costuma atrair turistas para um bate e volta, ainda que seus encantos mereçam mais que um dia
A caminhada pelo centro histórico pode ser feita por conta própria, mas ganha novos contornos na companhia de um guia, uma vez que as histórias locais passam de geração para geração
Sobre as ruínas do Palácio Preto, por exemplo, o que se conta é que o barão que ali vivia deserdou sua filha depois que ela fugiu para não se casar com o fidalgo para quem havia sido prometida
E, na volta a São Luís, se ainda assim os Lençóis Maranhenses fizerem falta, é possível conhecer, a apenas 30 quilômetros da cidade, as Fronhas Maranhenses, no município de Raposa
Para quem vai a Alcântara com tempo, dois passeios são imprescindíveis: o tour de canoa pelos igarapés, com paradas na ilha do Livramento e na praia de Itatinga, e a revoada dos guarás, quando aves com plumagem avermelhada, diante do pôr do sol, retornam ao ninho
Do porto, há passeios com duração variada que levam às dunas na praia de Carimã, com passagem para provar ostras frescas e peixe assado na hora
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