Criador do canal Wariu, o comunicador xavante usa a tecnologia para desmistificar preconceitos e estereótipos em torno dos povos indígenas
Por: Dandara Fonseca Imagens: @tiagokirixi
Cristian Wariu: um guerreiro indígena do século XXI
Guerreiro digital. É assim que lideranças indígenas apelidaram Cristian Wariu Tseremey'wa, jovem nascido no território Parabubure, na região do Vale do Araguaia, no Mato Grosso
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Filho de um importante líder xavante, ele sempre esteve por dentro das questões mais urgentes de seu povo e ainda na escola começou a desenvolver seu papel de comunicador
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“Eu tinha que explicar para as crianças, e às vezes até para os professores, que eu não era bravo, não praticava canibalismo, não andava pelado em casa e não recebia dinheiro da Funai”, conta
Imagens: arquivo pessoal/ divulgação
Para desmistificar preconceitos e estereótipos enraizados na cultura brasileira em relação aos povos indígenas, ele criou, em 2018, o canal de YouTube Wariu
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“Já existe muito material sobre a temática indígena, mas esse conteúdo não chega até as pessoas”, diz. “A minha função como comunicador é traduzí-lo para as linguagens da internet”
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No TikTok, ele produz vídeos curtos e bem-humorados para conscientizar também os mais jovens, iniciativa que ele considera extremamente efetiva para o futuro das questões indígena
“A geração mais nova estará futuramente em cargos de influência, e por isso é importante eles saberem quem somos nós e por que é importante quebrar esses preconceitos”
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Cristian percebe um interesse cada vez maior dos não indígenas em compreender a vivência dos povos originários, mas não escapa de comentários e ataques preconceituosos
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“Muitos dos discursos de ódio que vêm de um perfil falso na internet já foram falados olhando nos meus olhos. Um professor já disse para que eu voltasse para aldeia, porque ali não era meu lugar”
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Além dos vídeos nas redes sociais, ele também é fotógrafo e um dos apresentadores do podcast “Copiô, Parente”, que fala dos destaques de Brasília sobre os indígenas
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Em 2020, também lançou o curso “Guerreiros Digitais”, que oferece capacitação para comunicadores indígenas de três estados da Amazônia legal: Mato Grosso, Pará e Amapá
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Cristian acredita que a representatividade nos meios de comunicação é essencial para refrear informações errôneas a respeito dos povos originários: “Precisamos contar quem verdadeiramente somos”
“Os indígenas do século XXI são advogados, médicos, pessoas que estão dando retorno para as suas comunidades mesmo não estando fisicamente em seus territórios”
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“Em 500 anos, a população indígena tem aumentado e tem orgulho de ser indígena. É importante reforçar isso para os jovens, que estamos indo à luta e resistindo”