Ícone da contracultura,
a norte-americana Corita Kent
foi uma das pioneiras
da pop art nos anos 60
A freira é pop
Fotos: Reprodução/ Corita Art Center
Frances Kent tinha 18 anos
quando se tornou freira,
um caminho bastante comum
entre meninas de famílias
pobres dos Estados Unidos
na década de 30
Mary Corita, nome religioso
que ganhou ao entrar para
a congregação Imaculado
Coração de Maria, encontrou
espaço para sua expressão
artística na instituição,
bastante progressista
Ela estudou para
ser professora de artes
e se tornou chefe do
departamento em 1964
Seus primeiros trabalhos
eram principalmente inspirados
em símbolos religiosos, mas
a repercussão negativa na Igreja
a empurrou em direção à pop art
A arte de Corita foi
incorporando imagens
e slogans publicitários,
que ela mesclou a trechos
da Bíblia e referências
da cultura pop
A freira norte-americana
usava bastante a serigrafia,
uma técnica democrática
que ajudava a espalhar
sua mensagem
Na década de 60, sua arte
tornou-se mais política.
As obras estampavam frases
contra a Guerra do Vietnã
e o racismo nos EUA
As cores e abstrações de
suas telas contrastavam com
o hábito monocromático que
vestia, chamando ainda mais
atenção para seu trabalho
Sob sua influência, a escola
da Imaculado Coração de
Maria atraiu o olhar do
cineasta Alfred Hitchcock,
do músico John Cage e dos
designers Ray e Charles
Eames, que se tornaram
amigos e fãs de Corita
Em 1967, ela ganhou
projeção global
ao estampar a capa
da edição de Natal
da revista Newsweek
A norte-americana deixou
a congregação logo depois,
aos 50 anos, mas seguiu
produzindo até sua morte,
quase duas décadas depois
Corita acreditava que
seu trabalho era espalhar mensagens espirituais,
mas também uma expressão
de alegria