Ativista e criadora do Perifa
Sustentável, Amanda Costa faz
com que a discussão sobre a crise
do clima chegue a quem é mais
afetado por suas consequências

Por: carol ito

Como levar o
debate sobre a
crise climática
pra periferia?

“A pauta climática ainda
se concentra em uma
bolha elitizada e branca
que, em geral, não está
realizando ações concretas
para mitigar os danos”,
diz Amanda Costa

Foi essa percepção que
levou a jovem paulistana
ao ativismo climático,
articulando um trabalho
junto a grupos que já
estão sendo afetados
pela crise no clima

Assim nasceu o Instituto
Perifa Sustentável, que
desde 2019 mobiliza jovens
em prol de uma nova ideia
de desenvolvimento baseada
em justiça racial e ambiental,
difundindo e democratizando
o debate pelo Brasil 

“O principal desafio ao
levar a questão da crise
climática para as periferias
brasileiras é a elitização
do debate”, explica Amanda,
que também atua como
jovem embaixadora da ONU
representando a juventude
brasileira em fóruns
globais sobre o clima

“Olhamos sempre para a
questão de raça, clima e
sustentabilidade, entendendo
como a crise climática
impacta os grupos mais
vulnerabilizados, ou
seja, as pessoas pretas,
periféricas, indígenas,
quilombolas e ribeirinhas”

Para ela, além de as
discussões ainda serem
pautadas dentro das
universidades e da
imprensa, existe a
barreira da linguagem

“Hoje é comum nas bolhas
falar em ‘ESG’, sigla para
environmental, social and
corporate governance.
Usa-se muitos termos em
inglês e jargões técnicos
que estão distantes de uma
população que não teve
oportunidade de ensino
formal, muito menos
de aulas de inglês”

Pensando nisso, o Perifa
Sustentável realiza ações
territoriais junto às comunidades
para traduzir ideias, mapear
problemas potencializados
pela crise climática
e mobilizar lideranças

“A galera da quebrada
já está sofrendo as
consequências da crise
climática e do modelo
econômico capitalista em
que vivemos. Quando chove,
não é a Avenida Paulista que
alaga e deixa as pessoas
desabrigadas, é a periferia” 

“São grupos que não
têm visibilidade e um lugar
reconhecido, mas a mesma
legitimidade e domínio para
pautar políticas e debates
a partir da vivência”

Conteúdo que transforma

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