Como Dexter saiu da prisão e virou uma lenda do rap
Por: Douglas Vieira Foto: João Wainer/ Trip
Para o sistema prisional, Marcos Fernandes de Omena era apenas um número: 164-953. Mas, para o mundo lá fora, ele é Dexter
O músico ficou famoso com 509-E, grupo de rap que criou em 1999 com o parceiro Afro X enquanto estava na prisão
509-E era o número da cela que eles dividiam no Carandiru.
Foto: arquivo pessoal
“Os caras iam lá tomar café e ler, tinha paz, música e livros”, conta
O grupo lançou o primeiro disco, Provérbios 13, com ajuda de um projeto social chamado Talentos Aprisionados
Foto: João Wainer
2000
Foi com o álbum, que trazia reflexões sobre a vida nos presídios e as mazelas da sociedade, que o rapper conquistou projeção nacional
Durante os 13 anos em que esteve preso, Dexter saiu para fazer 157 shows, gravou o segundo disco com o 509-E e o primeiro da carreira solo
Foto: arquivo pessoal
Foto: Elohim Barros/ Trip
2011
Depois que conquistou a liberdade, ele lançou mais um álbum e se envolveu em iniciativas que ajudam jovens em situação de vulnerabilidade e ex-presidiários
“Talvez hoje você escute o primeiro cara a dizer pra você que a prisão lhe fez bem. Para um garoto, um sério candidato a morrer cedo, na mão do crime, na mão da polícia, sei lá, acho que foi uma forma que o universo encontrou de me guardar"
Dexter escolheu seu nome de guerra depois de ler a biografia de Martin Luther King, defensor dos direitos civis nos Estados Unidos
“Fui procurar a tradução e significa destro, direito, sagaz, ligeiro. Porra, todo cara de periferia tem que ser um Dexter, mano”, diz
O projeto Trampo Justo, que o rapper promove ao lado do juiz Iberê Dias, atende jovens em casas de acolhimento e foi homenageado no prêmio Trip Transformadores 2019