Nascido e criado em Paulínia, no interior de São Paulo, Marcelo Marques quer dar a visão pra molecada da quebrada
Seus vídeos, que ganham nomes como “O mito da caverna para becos e vielas” e “Nietzsche: o famoso roba brisa”, somam mais de 1 milhão de visualizações
“A minha visão é a seguinte: a filosofia é muito elitista no Brasil, as traduções dos livros usam um vocabulário inacessível para a periferia”, diz
“Se você entender o pensamento de uns caras como Nietzsche e Platão, você vai ter uma visão para lidar melhor com seus problemas. E o que não falta na favela é problema pra resolver”
“Se você passa uma visão de uma forma que eles entendem, com a linguagem que eles gostam, você transforma vidas e abre mentes. A molecada precisa ter uma filosofia própria”
Para Audino, quem é da periferia e chega no ambiente acadêmico fica tão vidrado na bolha acadêmica que esquece de como traduzir aquele conhecimento
“O favelado que entra numa USP começa a andar com a molecada do ciclo da academia e perde o jeito de se comunicar com a periferia dele”
“Como que ele chega numa resenha, num baile com os amigos favelados que não terminaram o Ensino Médio e foram pra vida do crime? Como ele vai explicar o eterno retorno de Nietzsche?”
Com o sucesso que fez na internet, Audino já tem muitos projetos. Em um deles, ele quer explicar o processo histórico do racismo – e por que vivemos isso até hoje
“Quero explicar a escravidão no Brasil pra molecada entender por que eles moram na periferia, por que a maioria na periferia é negra”
“comecei nessa jornada para seguir meu sonho, quero ser o professor que vai trazer didática pra molecada. Quero ser espelho”