O estudante de história traduz
no YouTube conceitos complexos
para uma linguagem acessível
e democratiza o conhecimento
que transformou sua vida

Por: Nathalia Zaccaro
Imagens: arquivo pessoal/ divulgação

Audino: um
pensador para os
becos e vielas 

Nascido e criado em
Paulínia, no interior
de São Paulo, Marcelo
Marques quer dar a visão
pra molecada da quebrada

Seus vídeos, que ganham nomes
como “O mito da caverna para
becos e vielas” e “Nietzsche:
o famoso roba brisa”, somam mais
de 1 milhão de visualizações

“A minha visão é a
seguinte: a filosofia
é muito elitista no
Brasil, as traduções
dos livros usam um
vocabulário inacessível
para a periferia”, diz

“Se você entender o
pensamento de uns caras
como Nietzsche e Platão,
você vai ter uma visão
para lidar melhor com
seus problemas. E o que
não falta na favela é
problema pra resolver”

“Se você passa uma visão
de uma forma que eles
entendem, com a linguagem
que eles gostam, você
transforma vidas e abre
mentes. A molecada precisa
ter uma filosofia própria”

Para Audino, quem é da
periferia e chega no ambiente
acadêmico fica tão vidrado
na bolha acadêmica que
esquece de como traduzir
aquele conhecimento

“O favelado que entra
numa USP começa a andar
com a molecada do ciclo
da academia e perde o
jeito de se comunicar
com a periferia dele”

“Como que ele chega numa
resenha, num baile com
os amigos favelados que
não terminaram o Ensino
Médio e foram pra vida
do crime? Como ele
vai explicar o eterno
retorno de Nietzsche?”

Com o sucesso que fez na internet,
Audino já tem muitos projetos.
Em um deles, ele quer explicar
o processo histórico do racismo
– e por que vivemos isso até hoje

“Quero explicar a
escravidão no Brasil pra
molecada entender por que
eles moram na periferia,
por que a maioria na
periferia é negra”

“comecei nessa jornada
para seguir meu sonho,
quero ser o professor
que vai trazer didática
pra molecada. Quero
ser espelho”

Conteúdo que transforma

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