Nas folgas do trabalho como babá,
a norte-americana registrava o
cotidiano das ruas dos Estados
Unidos nos anos 50 e 60.
Seu legado só foi descoberto
por acaso, em 2007, e reconhecido depois de sua morte
As fotos perdidas de Vivian Maier
Vivian Maier nunca contou
para ninguém que circulava
com sua câmera Rolleiflex por
cidades como Chicago e
Nova York clicando edifícios,
homens, mulheres, crianças
ou seu próprio reflexo com
um olhar revolucionário
Apesar de ser uma pessoa
reservada e discreta,
ela conseguia extrair
emoções de seus retratados, além de mostrar muita
técnica e sensibilidade
em suas composições
Nascida em 1926, em Nova
York, Vivian passou a
juventude em Paris, mas
voltou à sua cidade natal
para trabalhar como babá – e
era durante as folgas que
fazia seus registros
Ao longo de cinco décadas,
a norte-americana acumulou
mais de 100 mil negativos,
que eram mantidos guardados
em malas e, depois, quando
já não cabiam em sua casa,
num locker
No final de sua vida, com
problemas financeiros e sem
conseguir bancar o aluguel
do depósito, Vivian perdeu
o material, que foi parar
em uma casa de leilão
Os negativos secretos foram
encontrados por acaso em
2007 pelo norte-americano John
Maloof, um corretor de imóveis
que buscava fotografias para
ilustrar um livro sobre Chicago
O trabalho de Vivian não foi
usado para o projeto, mas
quando John analisou com
cuidado o material que tinha
arrematado por 400 dólares
percebeu que tinha descoberto
uma artista
Ele tentou encontrar a
autora, só que não conseguiu
contato antes de sua morte,
em 2009. Mas o legado de
Vivian sobreviveu
Reconhecida como uma
fotógrafa revolucionária,
ela teve seu trabalho divulgado em sites, revistas
e exposições, além de ser
personagem de livros que
tentam reconstruir sua tão
misteriosa história
“Bem, suponho que nada
é feito para durar para
sempre. Temos que abrir
espaço para outras
pessoas. É uma roda.
Você continua, você tem
que ir até o fim. E então
alguém tem a mesma
oportunidade de ir até
o fim e assim por diante“
VIVIAN MAIER