Única mulher trans no
MMA brasileiro, a amazonense
já estava nos tatames quando
iniciou sua transição de
gênero e quer seguir competindo
na categoria masculina

Anne Viriato
só luta contra
homens

“O que é que essa
menina tá fazendo aí?
Pode lutar com homem?
Meu Deus, a menina vai
lutar com os homens?
Isso não pode, tem que
tirar, para essa luta!”,
brinca Anne Viriato

A amazonense ainda era criança
quando entrou para o jiu-jitsu,
antes de se entender uma mulher
trans, aos 12 anos, e começar
a transição de gênero

“Eu fiz a mudança pra
me sentir bem por inteira,
mas, quanto ao esporte,
eu já me sinto bem fazendo
aquilo. E é um desafio
pra mim. Mesmo eu mudando,
vou continuar lutando
no masculino por isso”

“Eu mostro que dá pra
uma mulher ganhar, ser
habilidosa, tanto quanto
um homem”, diz Anne

“No ginásio, tá todo
mundo espalhado e junta
na área onde eu vou
lutar e fica todo mundo
gritando. Aquilo me dá
uma garra, uma energia,
que eu falo: ‘Nossa,
essa luta é minha’”

“Sempre na minha categoria
eles são maiores, né?
E eu sou sempre a menor.
‘Ah, essa tampinha aí,
vai ser fácil, não vou
nem cansar’. E aí na
luta dou pressão, acabo
ganhando e eles ficam
sem acreditar”

Mesmo durante o processo
de transição de gênero
ela não abandonou o tatame

“Eu fui fazendo a
transição, tomava todos
os hormônios certinho,
só que fica um pouco
fraca né? Não era tão
ágil, tão forte, então
aí eu dava uma paradinha
pra ver se buscava uma
força a mais”

“Ia no campeonato, lutava,
ganhava, tomava de NOVO,
tudo certinho”, conta

A atleta quer seguir lutando
contra homens (e vencendo)

“Pensa bem, eu lutando
contra homens eu já
ganho, venço. Aí eu vou
passar pra uma categoria
feminina? Se eu vencer,
não vai ser a mesma
coisa para mim”

“Quero continuar sendo
Anne Viriato, a lutadora
que luta contra homens”

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