Programador e CEO da
InfoPreta luta por mais
pessoas negras, LGBTQI+ e
mulheres no mundo da tecnologia

Por: Carol Ito
Imagens: arquivo pessoal/ divulgação

Akin Abaz:
inovação e
diversidade

Da periferia de Guarulhos,
na Grande São Paulo,
Akin Abaz se interessou
desde cedo por eletrônica

“Minha mãe é bibliotecária,
eu era fascinado pelos
livros. Queria saber
como as coisas funcionam,
como é montar e
desmontar”, lembra

Foi na adolescência que
descobriu a programação,
apesar dos obstáculos
enfrentados por mulheres
pretas na área 

Foto: Pablo Saborido/ Trip

Na época, Akin ainda se
reconhecia como Buh D’Angelo,
até decidir começar a transição
de gênero, em 2018

Foto: Pablo Saborido/ Trip

“Quando se fala em
tecnologia, a sociedade
mostra um homem branco,
de classe média alta, com
acesso a poderes, não uma
pessoa de periferia”, diz

“Quando você é mulher e
quer empreender, tem que
ter muita paciência e
sangue nos olhos, porque
querem te jogar para
baixo da lama do poço”

Com a missão de levar mais
diversidade para a área e manter
um negócio saudável financeiramente,
ele fundou em 2013 a InfoPreta,
que conta com a maioria de
colaboradores pretos e mulheres

“Trabalhamos com suporte
técnico e tecnologia
acessível. As pessoas
precisam se sentir à
vontade para fazer as
perguntas no universo
tecnológico”, explica

Entre os projetos realizados
pela empresa está o
“InfoPreta nas Escolas”,
que doa equipamentos para
as instituições, e o “Note
Solidário da Preta”, que
reabilita computadores
para serem doados

Mães, pessoas negras de baixa
renda, LGBTQI+, transexuais,
indígenas e PCD que estão no
ensino superior recebem os
equipamentos reformados

“No início, a gente
ajudava cerca de dez
pessoas por mês. Agora
conseguimos ajudar entre
45 e 50”, celebra 

Para Akin, a diversidade
na tecnologia representa
não só mais oportunidades
para pessoas pretas e
periféricas como também uma
tecnologia mais eficiente

“A diversidade na
tecnologia é importante
porque quando se tem só
um tipo de realidade,
a máquina não reconhece
as outras”

“Em aeroportos, por
exemplo, existem casos
em que o scanner facial
não reconhece rostos de
pessoas negras retintas”

“Ainda tem o que melhorar,
mas hoje temos uma
diversidade mais ampla
no mercado de tecnologia,
as empresas estão mais
abertas a incluir pessoas
diferentes”

Conteúdo que transforma

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