A saída é
a educação
Pouco sabemos da realidade
existente fora das nossas bolhas.
Não está na hora da elite liderar
essa transformação?
Ilustrações: Vitória Bas/ Trip É possível sonhar com gente
um pouco mais razoável e
humanizada nos postos de
liderança? Nossa elite,
afinal, tem jeito?
Reunimos um time de
pessoas de todas as gavetas
e escaninhos da estante
brasileira para refletir
sobre a educação brasileira
a partir de suas próprias
perspectivas
“Como sensibilizar essa elite
a pensar no coletivo, a sair do
seu conforto, a sair da esfera
individualista e competitiva
e abrir mão de privilégios?”
Camila Pitanga, atriz
“O que me bota pra me
movimentar pra diminuir
a desigualdade é que eu
acordo envergonhado com isso.
E me assusta ver que a elite
não sinta essa mesma vergonha”
Marcio Black, cientista social
“Falta para a sociedade,
e para a elite brasileira,
matar a bola no peito e falar
‘pô, tem que ser com a gente’”
Flávio Canto, ex-judoca e
fundador do Instituto Reação
“O lado positivo de uma crise
política é isso: as classes
artísticas e intelectuais
passaram a acreditar que
precisam fazer parte
desse jogo”
Marcello Dantas, curador
de arte e documentarista
“Há duas coisas com as quais
a elite precisa se envolver:
com a política e com o
terceiro setor, a cultura de
compromisso com o público”
Teresa Bracher, diretora do
instituto Acaia Pantanal
“A elite fica mal-educada
quando ela é criada por uma
babá que faz tudo por ela e por
quem não tem nenhum respeito”
Sidarta Ribeiro, neurocientista
“É uma elite identificada com
o que ela considera primeiro
mundo. Isso acaba quando se
discute as mesmas medidas
políticas que fazem desses países
democracias com mais igualdade”
Francisco Bosco, filósofo
“Tem alguém que pegou um
transporte de três horas
e entrou nessa muralha...
Ele conhece meu mundo.
Mas quantas vezes eu saio
do meu mundo e vou lá?”,
Marisa Moreira Salles, sócia
da BEI Editora e do Arq.Futuro
“Passamos muito tempo
sem nos responsabilizarmos
pela nossa posição social.
O antiacademicismo,
ressentimento contra universidades e professores,
têm alguma razão de ser”
Christian Dunker, psicanalista
“Está crescendo a consciência
das limitações que a gente
tem na nossa sociedade
e da responsabilidade de
todos para superá-las”
Ana Moser, ex-jogadora
e presidente do Instituto
Esporte & Educação
“A história foi escrita
pelos caçadores, pelos
domadores, e não pelo
ponto de vista dos leões.
Precisa haver uma educação
sincera brasileira”
Elisa Lucinda, atriz
“O mundo ideal seria que
a gente tivesse uma educação
pública de qualidade no ensino
fundamental, onde ricos e
pobres se misturassem”
Marina Person, cineasta
“A educação é voltada para
o mercado de trabalho.
A diferença é que a elite
tem acesso à cultura, ao
lazer, a um milhão de coisas
que estudantes da escola
pública não têm”
Ana Júlia Ribeiro, ativista
“A meritocracia tem que olhar
e perceber onde eu tenho
que tratar diferente para
que consiga a igualdade”
Neca Setubal, cientista
social e presidente da
fundação Tide Setubal
“A primeira coisa que eu
penso é em educação política
e cívica, que te leva a
entender em que momento
histórico estamos vivendo”
Tabata Amaral, criadora
do projeto Mapa Educação
“Os ricos da nossa geração e
os grandes herdeiros precisam
dar uma resposta à altura do
desafio do seu tempo”
Eduardo Lyra, empreendedor social
CONTEÚDO QUE
TRANSFORMA
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