Com a fotografia analógica,
ele questiona padrões e reflete
sobre uma nova masculinidade
Por: Nathalia Zaccaro
Imagens: Fe Avila/ divulgação
Fe Avila
Fe Avila começou sua
carreira artística pintando,
mas percebeu na fotografia
uma ferramenta potente
para encontros e quebra
de paradigmas
“A primeira intuição foi
fotografar amigos nus, me
interessava a relação com
o corpo e a performance
para a câmera”, conta
“Naturalmente acabei
fotografando mais homens,
mas só caiu a ficha que
a masculinidade era um
assunto dessas imagens
no processo de dar nome
à primeira exposição:
‘Masculino Dócil’”
Seus registros cheios
de sensibilidade, transe,
delicadeza, liberdade e
melancolia logo chamaram
atenção de público e crítica
O fato de Fe se identificar
como alguém não binário torna
as reflexões contidas em suas
imagens ainda mais profundas
“Na relação de fotografar
existe um processo de se
ver na pessoa que estou
fotografando. Essa
experiência nos leva a
lidar com questões que
muitas vezes nem nos
dávamos conta”
“As pessoas trans e
artistas que questionam o
sistema cisheteronormativo
me fizeram entender que
a masculinidade que estava
posta se faz no controle
do nosso corpo”
“O que busco com meu
trabalho é justamente o
inverso, uma libertação”,
diz. “Penso numa nova
masculinidade que abandone
a performatividade do homem
esperada por esse sistema
binário de sexo-gênero”
Na pandemia, Fe resolveu
investir em novos formatos
de produção de imagem
“Comecei a fazer fotos
de forma que nunca tinha
feito, por videoconferência,
compartilhando a direção
e o enquadramento com
a pessoa fotografada.
acredito que isso trouxe
novas camadas ao trabalho”
Conteúdo que transforma
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