Em Manaus (AM), voluntárias do
Parque das Tribos, primeiro bairro
indígena da capital, criaram a Boca
da Mata para distribuir comida
e aplacar os impactos da Covid-19
Fotos: RODRIGO DUARTE / divulgação
A cozinha solidária que salvou indígenas na pandemia
a Cozinha boca da mata
Entre panelas, botijão de
gás e insumos alimentares,
nasceu em resposta imediata
aos impactos da segunda
onda da Covid-19 na
capital amazonense
Uma das cidades mais
afetadas pela pandemia,
Manaus enfrentou um colapso
devido à falta de oxigênio
na rede de saúde em janeiro
de 2021. A população indígena
que vive em contexto urbano
também sofreu os impactos
Desde então, cerca de 400
quentinhas são preparadas
e distribuídas gratuitamente
toda semana pela Cozinha
no Parque das Tribos,
uma ocupação onde vivem
mais de 2 mil pessoas
mais de 30 etnias
Fundado em 2014, este
é o primeiro bairro
indígena urbano na capital
do Amazonas. A população
local é composta por
que vem de diferentes
lugares, de dentro
e de fora do estado
Agora, o projeto é apoiado
pela Gastromotiva, organização
que atua na promoção da
segurança alimentar através
do fomento de cozinhas,
e pelo Instituto Acariquara,
responsável pela logística
dos alimentos
Quem toca os trabalhos
é um time de 8 a 10
voluntários, composto
quase sempre por mulheres.
Os processos de preparação
são coletivos, envolvendo
troca de aprendizados
entre os participantes
que preparam e distribuem
as refeições solidárias
A maioria da população
atendida pela Cozinha
é indígena. Durante os dias
de atividade também rolam
rodas de discussões sobre
assuntos como o papel da
mulher indígena e gravidez
na adolescência, além
de formações sobre os
povos originários
Vanda Witoto,
A técnica em enfermagem
outra liderança local,
foi quem fez diariamente
o monitoramento dos casos suspeitos de coronavírus
no Parque desde março de 2020. Já a distribuição
das quentinhas acontece
uma vez por semana,
por volta das 18h
“Entregar refeições para
os parentes é gratificante.
Às vezes não tem o que
comer. Não só o Parque
precisa, outras
comunidades também”,
afirma Cristina Tikuna,
moradora e voluntária
do projeto
Conheça
a Cozinha
Boca da Mata
@cozinhabocadamata