Ritual do Jawari no Alto Xingu, 1955 Acervo Instituto Moreira Salles/Arquivo Henri Ballot
As populações do Xingu, que há séculos enfrentam inúmeras formas de intervenção e violência, também lutam através da arte. A exposição "Xingu: contatos", do IMS, apresenta alguns dos realizadores indígenas que registram seu olhar sobre os povos originários
Por: joão de mari
6 artistas indígenas que trazem novos olhares para o cinema
O cineasta TAKUMÃ KUIKURO, coordenador da mostra, documenta o cotidiano dos Kuikuro e produz filmes premiados no Brasil e no exterior, como “Nguné Elü - O dia em que a lua menstruou” (2004) e “Itão Kue-gü - As hiper mulheres” (2011)
Kainahu Kuikuro, integrante do Coletivo Kuikuro de Cinema, no ritual do Kuarup na aldeia Afukuri, julho de 2021 (divulgação)Takumã Kuikuro
Pioneiro do cinema indígena no Brasil, DIVINO TSEREWAHÚ vive na aldeia Sangradouro, do povo Xavante. Em filmes como “Wapté Mnhõnõ - Iniciação do jovem Xavante” (1999) e “Tsõ'rehipãri - Sangradouro” (2009), registra práticas culturais de seu povo e memórias do contato com não indígenas
Pajé Agaku Kuikuro em ritual de cura, aldeia Ipatse do povo Kuikuro, 1975Robert Carneiro (Cortesia da Divisão de Anthropologia, American Museum of Natural History
Prepori Kaiabi, 1965 Jesco von Puttkamer / PUC Goiás/IGPA
KAMATXI IKPENG vive na aldeia Moygu, no Território Indígena do Xingu. Foi um dos protagonistas do filme “Das crianças Ikpeng para o mundo” (2001). Formado pelo Vídeo nas Aldeias e pelo Instituto Catitu, realizou filmes como “Tximna Yukunang Som - Gravando Som” (2010) e “Yarang Mamin - Movimento das Mulheres Yarang” (2019)
Criança Ikpeng é recebida no Alto Xingu, 1966 Jesco von Puttkamer / PUC Goiás/IGPA
Fotógrafo, cineasta, educador e ativista, KAMIKIA KISEDJE registra desde os anos 2000 manifestações culturais e políticas de povos indígenas em todo o país. Vive na aldeia Khĩkatxi, na divisa com fazendas do município de Querência (MT). Usando drones, monitora o desmatamento e a poluição do rio Suiá-miçu, que abastece a aldeia
Plantação de soja na divisa da Terra Indígena Wawi, 2020 Kamikia Kisêdje / Acervo do fotógrafo
Aldeia Khĩkatxi do povo Khisêtje durante queimada provocada por não indígenas no entorno da Terra Indígena Wawi, parte do Território Indígena do Xingu, 2022 / Renan Suyá / Rede Xingu+
KUJÃESAGE KAIABI vive na aldeia Kwaryja, do povo Kawaiweté. Formada pelo Instituto Catitu, é comunicadora e faz parte do Movimento das Mulheres do Xingu. Realiza oficinas que incentivam a participação de mulheres indígenas no audiovisual e trabalha em um projeto de documentário sobre seu avô, Prepori Kaiabi, importante liderança xinguana
Frame de Devolução Kaiabi, 2022 / Kujãesage KaiabiAcervo Instituto Moreira Salles/Coleção Programa Convida
À frente na bancada, da esquerda para a direita: Teseya Panará, Kanhõc Kayapó, Raoni Mētyktire e Tutu Pombo Kayapó, dentre outros, ocupam auditório da liderança do PMDB nas negociações do capítulo dos indígenas na Constituinte, Brasília, 31.05.1988 / Beto Ricardo / Acervo Instituto Socioambiental
PIRATÁ WAURÁ vive na aldeia Piyulaga e pesquisou antropologia visual na Universidade Estadual de Mato Grosso. Nos últimos anos, em parceria com organizações internacionais, dedica-se à documentação da luta do povo Wauja pela preservação da gruta de Kamukuwaká, território tradicional não demarcado que enfrenta invasões e depredações
Utebrewe Xavante, 1949Acervo Instituto Moreira Salles/Arquivo José Medeiros